A busca da perfeição: o ideário eugenista em pauta

AUTOR(ES)
FONTE

EDUEM

DATA DE PUBLICAÇÃO

2019

RESUMO

A imagem que ilustra a capa deste livro apresenta a escultura intitulada ‘Apolo Belvedere’. , em exposição no Museu Pio-Clementino, no Vaticano. A data de sua origem e autoria são controversas, mas considera-se que seja uma cópia romana, em mármore, de um original grego perdido. Representando o deus grego Apolo, tal escultura se tornou a expressão do ideal da perfeição, característico da civilização helênica. Note-se que esse ideal, embora remetendo à beleza, não se restringia ao aspecto estético, pois o belo era associada, pelos gregos, ao amor, à sabedoria, à justiça, à virtude, à bondade e à coragem. Nessa associação está implícita a ideia de um homem superior, perfeito, como modelo cultural, orientado por valores maiores, que geraria os melhores cidadãos. Tal concepção tem suas raízes no período homérico e se consolida no auge da democracia ateniense. Apolo, filho de Zeus e Leto, é o deus da música, das artes, das profecias, da purificação, da cura, da luminosidade solar, da justa medida, da juventude. Ele sintetiza os princípios da ordem, da harmonia, da razão, do equilíbrio e da moderação. Por ser uma divindade multifacetada, por vezes paradoxal, pois também apresenta aspectos antagônicos às suas próprias qualidades, ele harmoniza em si as polaridades, direcionando-as para o ideal da cultura e da sabedoria. Por isso, tornou-se para o povo grego a expressão do ideal da perfeição, sendo considerado uma autêntica personificação do espírito helênico.

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