\ A Balada do Velho Marinheiro\ como representação do devaneio dos românticos / \ The rime of the Ancient Mariner\ as a representation of reverie of romantics

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/05/2011

RESUMO

A pesquisa procurará demonstrar que o poema A Balada do Velho Marinheiro (1798, primeira versão publicada), do poeta inglês Samuel Taylor Coleridge (1772-1834), é uma representação artística do conceito de devaneio [revery] dos românticos. Partindo do subtítulo do poema A poets revery [Devaneio de um poeta], acrescentado à Balada por Coleridge em uma de suas sucessivas edições, o projeto intentará mostrar que o conceito de devaneio, no caso, corresponde a uma visão partilhada por vários autores da época, qual seja um estado intermediário entre o sono e a vigília, como o próprio poeta a definiu. Para tanto, a pesquisa procederá a uma identificação de fontes de que Coleridge se serviu para elaborar sua própria teoria da imaginação, palavra que, para ele, apresentava um verdadeiro fardo de especulação e sentido técnico, e que funciona como um eixo em torno do qual giram, de modo geral, seus escritos sobre arte e filosofia, além de ser para o poeta, em nível pessoal, uma defesa de dada atitude para com a vida e a realidade. Tal abordagem pode se mostrar proveitosa quando nos propomos a fazer uma leitura da Balada do Velho Marinheiro, não só pelo fato de a poética de Coleridge andar a par e passo com seus escritos teóricos, mas também, como haveria de demonstrar a longa tradição de exegeses da Balada, sobretudo em razão de o próprio Coleridge referir-se ao poema como sendo uma obra de pura imaginação1, por apontar diretamente para a necessidade de tentar explicar-lhe aspectos formais e temáticos a partir do contexto dessa teoria. Além disso, serão rastreadas as influências que Coleridge recebeu de seus contemporâneos e do ambiente literário de que fazia parte na Inglaterra do começo do século XIX, bem como se procederá a um estudo das influências sofridas por ele da filosofia idealista em sua vertente organicista, para elaborar sua própria teoria da imaginação. Como na verdade essa teoria se liga estritamente à concepção então em voga de obra orgânica uma estrutura fechada em que o todo e as partes se explicam mutuamente , o projeto terá como ponto central a análise da Balada em que se procurará demonstrar que estas concepções, amplamente desenvolvidas na obra teórica de Coleridge, são a razão do jogo de simetrias presentes no poema, e que seu imaginário e simbolismo radical aspecto que se aplica a muitos de seus poemas estão a serviço do que se pode chamar de técnica do devaneio ou do sonho acordado. Um capítulo final levará a efeito um levantamento do legado da obra poética e dos escritos críticos de Coleridge e de sua influência sobre os poetas e críticos que lhe sucederam.

ASSUNTO(S)

poesia poetry romanticism romantismo

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