A Bahian counterpoint of sugar and oil: global commodities, global identities?

AUTOR(ES)
FONTE

Vibrant, Virtual Braz. Anthr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-12

RESUMO

Este artigo explora os efeitos do açúcar e do petróleo sobre a formação de identidades, ou, mais especificamente, sobre a produção da negritude e da branquidade. O estudo centra-se na região do entorno de Salvador, Bahia, onde ambas as mercadorias exerceram e ainda exercem um grande impacto, o açúcar desde 1550 e o petróleo desde 1950. A perfuração de poços de petróleo desde o início da década de 1950 e, mais tarde, a construção de uma enorme refinaria tiveram lugar em uma região até então dominada pela monocultura da cana e por engenhos ou usinas de açúcar. Após comparar a vida cotidiana sob a égide dessas duas diferentes mercadorias, estabeleço uma relação com a questão de uma identidade negra transnacional criada no Atlântico, baseada em um passado comum de escravidão e em um passado mais recente, estendendo-se aos dias atuais, em que hierarquias raciais ainda penalizam populações definidas como negras. Finalmente, tento equacionar tanto a hegemonia cultural que acompanha a economia de uma mercadoria global quanto um conjunto de singularidades que caracterizam esta região do estado da Bahia. Essa parte da Bahia é emblemática para outras regiões do Brasil e outros países em que a exploração do petróleo chega para substituir outras monoculturas (tais como a cana-de-açúcar), ao mesmo tempo em que cria, amiúde muito rapidamente, uma economia local completamente diferente, com novas conexões globais, salários mais altos, novos padrões de consumo conspícuo, novos valores associados a certas formas de trabalho manual e habilidades técnicas, e uma forma totalmente nova de avaliar o que é um bom emprego.

ASSUNTO(S)

petróleo negritude formação de identidades bahia globalização atlântico negro

Documentos Relacionados