A ausência ou a presença de artigo definido diante de nomes próprios na fala dos moradores da zona rural de Abre Campo e Matipó-MG

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A variação sintática da ausência/presença de artigo definido diante de antropônimos - nomes próprios de pessoa - e topônimos - nomes próprios de lugar - é analisada na fala dos moradores da zona rural das cidades de Abre Campo e Matipó, no Pouso Alto e no Córrego dos Lourenços, respectivamente. Apesar de serem vizinhas limítrofes, essas localidades possuem padrões divergentes em relação a esse fenômeno: na zona rural de Abre Campo, não há uma variante predominante; na zona rural de Matipó, por sua vez, predomina a presença do artigo definido. A pesquisa adota alguns pressupostos teórico-metodológicos da Sociolingüística asumidos por Labov (1972), Milroy (1987) e (1992), em que a língua é vista como variável, considerada em seu contexto sócio-cultural, uma vez que é uma prática social; e outros pressupostos da Dialetologia, tais como os estudos de Nelson Rossi (1963), (1980) e Nascentes (1922) que, por apresentar propostas para o estudo do português brasileiro, dão suporte à nossa disscussão. A descrição do Sintagma Nominal (SN) baseia-se em Mendes (2000) e em outros estudos que trabalharam com o mesmo fenômeno; as definições de nomes próprios são discutidas conforme Lyons (1977), Dick (1990), Du Bois et alii (1998). Além de uma descrição dos sintagmas nominais coletados de acordo com tais autores, faz-se também uma análise quantitativa dos mesmos. A pesquisa desenvolveu-se a partir da análise quantitativa e qualitativa realizada no corpus constituído por 8 entrevistas: quatro realizadas no Pouso Alto (Abre Campo) e quatro realizadas no Córrego dos Lourenços (Matipó). Nessas entrevistas ocorreram 2105 sintagmas nominais, dos quais 858 são constituídos de nomes próprios: sendo 620 de antropônimos e 238 de topônimos. Em Abre Campo, com relação aos antropônimos, viu-se que prevaleceu ligeiramente a ausência de artigo definido (52%), tendo como fatores responsáveis por isso o gênero, a idade, o tipo de antropônimo e o grau de intimidade; já no que diz respeito aos topônimos, prevaleceu ligeiramente a presença de artigo definido (52%), tendo como fatores determinantes a idade e a localidade de sua cidade natal. Em Matipó, por sua vez, no que se refere aos antropônimos, prevaleveu a presença nesse mesmo contexto (83%), tendo como determinantes os antropônimos em estrutura de genitivo, o gênero, a idade, a intimidade; já com relação aos topônimos, não houve variável que prevalecesse, apresentando cada uma 50 % no final da quantificação.

ASSUNTO(S)

língua portuguesa artigo teses. dialetologia teses. sociolingüística minas gerais teses. língua portuguesa etimologia nomes próprios teses. toponímia teses. lingüística teses. língua portuguesa regionalismos matipó (mg) teses. língua portuguesa regionalismos abre campo (mg) teses.

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