A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/05/2011

RESUMO

Esta tese tem por objeto a construção política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte, no período de 1940-1945, e investiga as condições políticas e sócio-históricas em que se desenvolveu, no âmbito local e nacional, o processo constitutivo das noções de identidade, memória e patrimônio cultural e da consolidação da arquitetura moderna brasileira (1917-1945), a partir da análise crítica e interpretativa de dois eventos significativos e sincrônicos na experiência da cidade: a criação do Conjunto Arquitetônico da Pampulha e do Museu Histórico de Belo Horizonte, na gestão municipal de Juscelino Kubitschek. O ideário do modernismo, movimento cultural surgido na década de 1920, fundamentou a construção do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro (1936-1943), um dos marcos inaugurais da arquitetura moderna brasileira, e a implementação do então SPHAN, Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, em 1937, durante o Estado Novo, bem como a criação e construção simultânea da Pampulha (1942- 1943) e do então chamado Museu Histórico de Belo Horizonte (1941-1943). Essas ações apontam para uma estratégia comum de operar com uma dupla temporalidade, dentro de um projeto de modernização, nos âmbitos local e nacional, o que requer um exame crítico. No caso de Belo Horizonte, no projeto político desenvolvimentista empreendido por Kubitschek temos, por um lado, a construção do futuro, expandindo a cidade para o norte e criando um complexo de turismo e lazer, com uma nova linguagem arquitetônica criada por Oscar Niemeyer para expressar essa modernidade e, por outro, a construção do passado, mediante a criação de um lugar de memória urbana, sediado num casarão remanescente do antigo Curral del Rei, povoado que deu lugar à capital republicana planejada em fins do século XIX. Essa dupla temporalidade nos permite definir o tempo da modernização de Belo Horizonte como tempo histórico, na medida em que a dimensão temporal do passado entra em relação de reciprocidade contínua com a dimensão temporal do futuro. Nesta perspectiva, investigam-se a arquitetura da Pampulha e a criação do Museu Histórico como construção social e política e como formas de expressão que dão visibilidade ao tempo histórico. A modernizacão da cidade é analisada com relação a suas afinidades e tensões com o processo de formação da nação e do Estado no governo de Getúlio Vargas (1937-1945). Nesta perspectiva, a tese aborda as relações entre o Estado e os principais atores do campo arquitetônico, naquele período, para iluminar a construção política e cultural do tempo e o significado identitário e histórico da arquitetura e das instituições de memória na modernização de Belo Horizonte na década de 1940.

ASSUNTO(S)

história teses. arquitetura moderna teses, arquitetura e sociedade teses. belo horizonte (mg) história teses.

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