A apropriaÃÃo da estÃtica ambiental na cidade do Recife: uma anÃlise das comunidades de exclusÃo socioambiental

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

As grandes transformaÃÃes que ocorrem nas paisagens, principalmente as urbanas, em decorrÃncia do acrÃscimo populacional e aumento da demanda por suas necessidades, tornam imperiosa a adoÃÃo de novas prÃticas avaliativas no estudo das questÃes pertinentes ao tema. Em se tratando de uma anÃlise dos condicionantes socioambientais na cidade do Recife, nada mais natural que serem levadas em consideraÃÃo as implicaÃÃes recorrentes à questÃo dos cursos d‟Ãgua existentes em seu territÃrio, pois estes alÃm de balizarem historicamente toda a formaÃÃo da cidade, emprestam-lhe elementos que se confundem com a sua prÃpria essÃncia: Ãguas, vegetaÃÃo ribeirinha, recursos naturais para sustentabilidade de parte de sua populaÃÃo. Esses elementos nÃo estÃo distribuÃdos, ou melhor dizendo, nÃo estÃo apropriados de forma aleatÃria na paisagem. Existe uma concentraÃÃo da apropriaÃÃo estÃtica a serviÃo de uma determinada parcela da populaÃÃo em detrimento de outra. A estÃtica, entendida nÃo apenas como a visualizaÃÃo do belo, mas com a capacidade que essa visualizaÃÃo tem em despertar nos ÃrgÃos sensoriais a sensaÃÃo do prazer, do contentamento, possibilitando alÃvio para as pressÃes e indagaÃÃes existenciais do cotidiano, tem recebido pouca relevÃncia na formulaÃÃo das polÃticas pÃblicas de planejamento urbano. Embora possa parecer, numa primeira avaliaÃÃo, que a estÃtica seja um componente exclusivo do campo das artes e da filosofia, suas interaÃÃes com as demais Ãreas do conhecimento nÃo podem continuar relegadas a um segundo plano. Os novos paradigmas da ciÃncia, complexidade, instabilidade e intersubjetividade, apontam para novas formas de compreensÃo da realidade dos fenÃmenos socioambientais. A partir dessa constataÃÃo, o presente trabalho procura levantar, atravÃs de acervo bibliogrÃfico, anÃlise de relatÃrios e trabalho de campo junto à Comunidade do Pilar, dados quali-quantitativos acerca das relaÃÃes entre as comunidades socioambientalmente excluÃdas e seu meio de vivÃncia. Nesse empenho foi fundamental o embasamento teÃrico proporcionado pelas obras de Arthur Schopenhauer (2003), Yu-fu Tuan (1980), Enrique Leff (2007), Milton Santos (1981), entre outros expoentes que possibilitam o âdiÃlogo de saberesâ tÃo necessÃrio ao pressuposto da complexidade. A apropriaÃÃo da estÃtica ou simplesmente sua exclusÃo se constitui num item de grande importÃncia para a formulaÃÃo, direcionamento e implementaÃÃo de projetos sociais. Um dos grandes agravantes, no enfrentamento para resoluÃÃo das necessidades bÃsicas das comunidades excluÃdas, à que nÃo se considera suas relaÃÃes de afetividade e prazer com os recursos visuais presentes no ambiente, fato este constatado com muita propriedade durante a realizaÃÃo do trabalho de campo. A exclusÃo socioambiental dessas comunidades origina uma gama de sentimentos e comportamentos que podem contribuir para a sensaÃÃo de nÃo pertencimento à sua localidade, baixa estima e topofobia ao seu espaÃo vivenciado. Essas implicaÃÃes psicossociais necessitam ser diagnosticadas, para que toda e qualquer polÃtica urbana agregue elementos metafÃsicos como forma de abrandar e minimizar as contradiÃÃes sociais existentes. Esta à a conclusÃo e orientaÃÃo dada na finalizaÃÃo do trabalho. O paradigma da complexidade se apresenta como o grande articulador dentro do processo metodolÃgico, capaz de perceber que todo e qualquer fato socioambiental nÃo se explica por si, ele à o resultado de uma complexa relaÃÃo de causa e efeito que extrapola o visÃvel, necessitando ser amplamente conhecido para que possa ser enfrentado

ASSUNTO(S)

comunidades adequacao ambiental esthetics socio-environment appropriation complexity socioambiental apropriaÃÃo estÃtica communities complexidade

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