A alegoria patriarcal: escravidão, raça e nação nos Estados Unidos e Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Neste trabalho discuto a formação, o desenvolvimento e os usos de um vocabulário político acerca do significado da escravidão e da raça na textualização da nação produzida por autores do Sul dos Estados Unidos e do Brasil. O que busco é compreender e analisar a forma como tais temas foram narrados no interior dos textos que tentavam definir, prescrever e fixar propostas de identidade, assim como encaixar a instituição da escravidão e a diferença racial na grande-narrativa nacional. Na primeira parte da tese, parto de uma discussão com Michel Foucault e Giorgio Agamben para argumentar em favor da compreensão da instituição da escravidão colonial como um fenômeno biopolítico e um longo estado de exceção sustentado pelo discurso pastoral moderno. Na segunda parte, identifico a teorização dessa instituição biopolítica e desse estado de exceção escravista na obra de autores do Sul dos Estados Unidos no período antebellum, como Thomas R. Dew, John C. Calhoun , Thornton Stringfellow e George Fitzhugh. Em seguida, analiso a literatura memorial escrita no período postbellum como uma narrativa nostálgica sobre a decadência da civilização sulista e o fim da antiga ordem escravocrata. Por fim, na terceira parte, analiso como a narrativa de Gilberto Freyre sobre a história do Brasil lida com os legados e a memória da escravidão na formação da identidade nacional.

ASSUNTO(S)

raça narração estados unidos nation nação ciencias sociais aplicadas gilberto freyre race escravidão gilberto freyre narration united states slavery

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