A AIDS de cabelos brancos : ocorrência de AIDS em idosos no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/08/2011

RESUMO

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a AIDS, tem atingido pessoas dos mais variados níveis sócio-econômicos e estilos de vida. No Brasil, inicialmente era concentrada entre homossexuais, hemofílicos e usuários de drogas injetáveis, contudo, nos últimos anos, a soropositividade ao HIV tem assumido outras características epidemiológicas, como a feminização, heterossexualização e aumento da ocorrência no grupo etário mais idoso da população brasileira. Dados atuais do Ministério da Saúde do Brasil revelam que é cada vez maior a ocorrência de AIDS em pessoas acima de 60 anos. Este trabalho teve por objetivo geral descrever a ocorrência de AIDS no país, no período de junho de 2000 a junho de 2010, em especial entre os idosos com idade a partir de 60 anos. Sendo objetivos específicos: expôr o comportamento da epidemia de AIDS nas diferentes regiões do país, apontar o aumento da ocorrência de AIDS em idosos a partir de 60 anos de idade, indicando os fatores que aumentam a vulnerabilidade deste grupo à infecção pelo HIV, descrever a feminização da epidemia de AIDS entre as mulheres idosas e revelar a relação entre escolaridade e ocorrência de AIDS em idosos. Foram utilizados os dados epidemiológicos dos sistemas de informações SINAN e SIM, disponíveis e consolidados nos Boletins Epidemiológicos de 2009 e 2010. Dos 370.994 casos de AIDS notificados, de 2000 a 2010, a região mais acometida é a sudeste, mas, com declínio e tendência à estabilização nos grandes centros urbanos e aumento na região norte do país. Dos casos acumulados no Brasil, 11.543 ocorreram em idosos, ou seja, 3,1% do total. A taxa de incidência nos mais velhos passou de 7,4 em 2000 para 10,8 em 2009. A feminização da AIDS é uma característica presente no Brasil, principalmente entre as mulheres idosas, onde a detecção de casos novos aumentou mais de 90% de 2000 a 2009. A heterossexualização, característica atual da epidemia, associada ao não uso do preservativo, tem aumentado a vulnerabilidade das mulheres idosas às doenças sexualmente transmissíveis. Quanto ao nível de escolaridade, o maior número de casos se concentra entre os idosos com 04 a 07 anos de estudo (31,6%). Portanto, faz-se urgente a adoção de políticas públicas que garantam à pessoa idosa o direito de exercer sua sexualidade com segurança, livre de discriminação de gênero e identidade sexual, já que a sexualidade e o desejo sexual não se acabam com a idade.

ASSUNTO(S)

aids (doença) idosos sexo gerontologia ciencias da saude elderl aids sexuality

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