Vida social de usuários de um CAPS: a reconstrução de subjetividades / Social life of the CAPS: rebuilding subjectivities

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/12/2011

RESUMO

A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivo exploratório, realizado no Centro de Atenção Psicossocial - CAPS \"Maria Boneca\" em Uberaba MG e tem por objetivo refletir a respeito de como se dá a vida social dos usuários do referido serviço tendo em vista a busca pela inclusão social dos mesmos. Este estudo tem como pressuposto que o CAPS influencia positivamente no processo de reabilitação psicossocial e, consequentemente, na inserção social das pessoas em sofrimento psíquico / usuários de seus serviços. A pesquisa foi realizada com (13) usuários do CAPS, sendo todos participantes enquadrados no regime não intensivo de tratamento, mas que passaram pelos regimes intensivo e semi intensivo. Esse critério procurou selecionar sujeitos que tenham sido acompanhados pelo CAPS por um maior período de tempo. Os participantes passaram por entrevista não estruturada, sendo interrogados a respeito de suas vidas no âmbito domiciliar, familiar e social. As informações coletadas foram organizadas e analisadas segundo o método da análise de conteúdo, na vertente da análise temática. A discussão apoiou se sobre os conceitos da reabilitação psicossocial, colocados por Saraceno e sobre o conceito de desinstitucionalização, presente na influência da psiquiatria democrática italiana. Do processo de análise e do referencial teórico utilizado neste estudo, emergiram (3) três pré-categorias principais, sendo a primeira subjetividade no habitar, a segunda, Trocas Materiais, Contratos Sociais e a terceira, Trocas Afetivas: inclusão e exclusão. Da análise das informações coletadas emergiram as conquistas e as dificuldades ainda enfrentadas pelos usuários do CAPS no caminho em busca da reabilitação psicossocial. O lar apareceu como melhor opção frente à vida no cárcere manicomial, a intimidade do lar também se mostrou um espaço para o exercício da subjetividade e convivência familiar. No tocante às trocas materiais, as possibilidades de trabalho permanecem distantes da realidade dos participantes, surgindo na discussão, formas alternativas de inserção no mercado de trabalho e o avanço dos participantes na capacidade de realizarem trocas materiais por meio de outras fontes de renda. A rede social formada com as pessoas de fora da família se mostrou empobrecida em comparação com os vínculos familiares. O CAPS surge também como espaço alternativo na facilitação das trocas afetivas dentro e fora da família. Apesar das dificuldades ainda presentes, diversos aspectos essenciais à inserção social e busca pela cidadania foram evidenciados como conquistas dos participantes da pesquisa.

ASSUNTO(S)

enfermagem mental health nursing psychosocial rehabilitation reabilitação psicossocial saúde mental

Documentos Relacionados