Utilização de eritropoetina por pacientes do sistema único de saúde incidentes em hemodiálise no brasil, 2002- 2003

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Introdução: A doença renal crônica (DRC) consiste na perda lenta progressiva e irreversível das funções glomerular, tubular e endócrina dos rins. Em seu estágio mais avançado, chamado, insuficiência renal crônica terminal, os rins não conseguem mais manter o equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. Nesse estágio, a sobrevivência do paciente somente pode ser garantida através de seu ingresso em uma das terapias renais substitutivas hemodiálise, diálise peritoneal e transplante. A anemia, em pacientes com doença renal crônica, está associada ao aumento da morbidade e da mortalidade, à progressão mais rápida para doença renal em estágio final e à piora da qualidade de vida. Atualmente, os agentes estimulantes da eritropoiese representam o tratamento padrão para a anemia na DRC, sendo a eritropoetina o medicamento mais usado desta classe. O SUS é o principal financiador das terapias renais e de eritropoetina, entre outros medicamentos de alto custo aos pacientes no Brasil. Objetivos: Analisar a utilização de eritropoetina humana recombinante por pacientes do Sistema Único de Saúde, incidentes em hemodiálise nos anos de 2002 e 2003, no Brasil. Resultados: A coorte estudada foi constituída por 32.136 pacientes, dos quais 60% fizeram uso de eritropoetina. A maioria dos pacientes que utilizaram o medicamento era do sexo masculino, residia na região Sudeste; concentrava-se nos grupos etários inferiores a 65 anos, não apresentava nefropatia diabética como causa de DRC, ingressou em hemodiálise fazendo uso de cateter venoso central e se tratava em unidades de diálise do setor privado, localizadas em municípios com IDH médio ou alto. O tempo médio e o tempo mediano de acompanhamento desses pacientes no estudo foram de 20 meses e 26% deles foram a óbito durante o tempo do estudo. Sexo masculino; grupo etário abaixo de 65 anos; diabetes como causa primária de doença renal crônica; fístula arteriovenosa ao iniciar hemodiálise e residir em outras unidades federativas em relação ao Mato Grosso foram fatores associados ao uso de eritropoetina. Conclusão: O estudo apontou equidade no acesso ao medicamento, considerando presença de nefropatia diabética, mas encontrou iniquidades considerando o sexo, grupo etário, acesso vascular inicial na hemodiálise e fragilidades estruturais em estados com menor organização política e econômica. É necessário rever as políticas de atenção ao doente renal, a alocação de recursos para os estados e municípios e o manejo da anemia, segundo o perfil farmacoterapêutico dos pacientes, de forma a garantir redução das iniquidades observadas na utilização da eritropoetina. .

ASSUNTO(S)

saúde pública. diálise renal decs insuficiência renal crônica/terapia decs eritropoetina/uso terapêutico decs desigualdades em saúde decs equidade no acesso decs avaliação de serviços de saúde decs dissertações acadêmicas decs estudos de coortes decs sistema Único de saúde decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.

Documentos Relacionados