USO DO IPÊ-ROXO (Tabebuia avellanedae) NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS EM RATOS

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/12/2012

RESUMO

O Ipê-roxo (Tabebuia avellanedae) possui atividade antibacteriana, antinflamatória e antioxidante, e tem sido usado popularmente no tratamento de feridas. Contudo, são raros os estudos que validem esta indicação. Portanto, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliaro efeito do Ipê-roxo na cicatrização de ferida cutânea. Utilizaram-se 50 ratos Wistars, machos,adultos, dos quais se retirou um fragmento cutâneo circular da região dorsal, com diâmetro de 1,6cm. Os animais foram divididos em dois grupos com 25 animais, e cada grupo subdividido em cinco subgrupos de cinco animais, correspondendo aos períodos de avaliações no 3º, 7º, 10º, 14º e 21º dia de pós-operatório (DPO). No grupo I (GI), controle, foi usado topicamente duas vezes ao dia solução salina a 0.9%, e no grupo II (GII), tratado, foi usada duas vezes ao dia pomada de Ipê-roxo a 10%. Nos DPOs acima, avaliou-se a cicatrização através da medida de área da ferida, percentual de contração, presença de crosta e secreção; qualificação da inflamação, fibroplasia, neovascularização, fibras colágenas e reepitelização. Além de avaliação da resistência à tensão no 14º e 21º DPO, e exame bacteriológico no 3º e 7º DPO. Como resultado, observou-se no 7 º DPO,que as feridas do GI possuía uma área média de 0,73cm2, e uma taxa de contração de 72,5%; enquanto que o GII possuía uma área média de 0,47cm2, e percentual de contração de 82%. Macroscopicamente, no GI as crostas foram exuberantes do 3º ao 10º DPO, ao passo que no GIIas crostas foram intensas apenas no 7º DPO. A presença de secreção, no 7º DPO, foi intensa nas feridas do GI e moderada no GII. Histologicamente, o GI apresentou inflamação intensa, no 3º e 7º DPO, já o GII a inflamação foi moderada. A fibroplasia, no 7º DPO, foi moderada no GI e intensa no GII. A neovascularização no 7º DPO foi, de modo semelhante, intensa para os dois grupos estudados. A presença de fibras colágenas, do 7º ao 14º DPO, nas feridas do GI foi moderada, estando dispostas de forma aleatória; enquanto que no GII foi mais intensa e disposta de forma mais organizada. A reepitelização, no 7º e 10º DPO, foi mais acelerada nas feridas do GII que o GI. Finalmente, a resistência à tensão no 14º e 21º DPO foi, respectivamente, nas feridas do GI de 279g e 426g, já no GII foi de 353g e 498g. Diante dos resultados, concluiu-seque a pomada de Ipê-roxo a 10% possui efeitos benéficos à cicatrização de feridas cutâneas.

ASSUNTO(S)

cicatrização ferida ipê roxo plantas medicinais cirurgia experimental rato

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