Um estudo exploratorio da personalidade da criança obesa atraves do desenho da figura humana e dos indicadores emocionais de Koppitz

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

A presente pesquisa é um estudo exploratório no sentido de estudar e comparar o Desenho da Figura Humana de crianças obesas e não-obesas, através dos Indicadores Emocionais propostos por KOPPITZ (1976), com o intuito de apreender algo da personalidade da criança obesa que possa ajudar a compreender o seu problema de hiperfagia e obesidade. Os desenhos foram analisados objetivamente, detectando-se índices gráficos indicadores de distúrbios emocionais, os quais foram interpretados clinicamente quanto à dinâmica da personalidade. A bibliografia sobre a obesidade e os seus aspectos psicológicos, assim como aquela sobre a utilização do Desenho da Figura Humana e dos Indicadores Emocionais de KOPPITZ (1976) na avaliação da personalidade e de distúrbios emocionais, foram cuidadosamente revistas. Foram sujeitos da pesquisa 60 crianças de ambos os sexos, divididas em dois grupos: grupo experimental, composto por 30 crianças obesas (15 meninos e 15 meninas), e grupo de controle, formado por 30 crianças normais (15 meninos e 15 meninas), todas pertencentes à mesma faixa etária, de 7a.0m. a 12a. 1 lm., alunas da Ia à 6a série do Io grau, de três escolas primárias da cidade de Piracicaba, SP. A análise dos desenhos revelou algumas diferenças entre os grupos. Os dados obtidos foram submetidos a provas estatísticas não-paramétricas. A análise dos dados indicou que as crianças obesas apresentaram uma maior quantidade de Indicadores Emocionais do que as normais, assim como mais escores superiores a 2, revelando um maior comprometimento emocional. Assim, na presente pesquisa, as crianças do grupo experimental revelaram-se mais patológicas, sob este aspecto. Dos 30 Indicadores Emocionais de KOPPITZ (1976), três - omissão do nariz, figura inclinada e braços curtos - serviram para diferenciar os dois grupos, indicando um maior índice de distúrbios emocionais entre as crianças obesas. Dos três, o item omissão do nariz, que apresentou a maior significância estatística na discriminação dos dois grupos, é um indicador que KOPPITZ (1976) afirma aparecer significativamente com mais freqüência no Desenho da Figura Humana de doentes psicossomáticos. Os resultados obtidos revelaram que as crianças obesas do presente estudo apresentaram uma maior quantidade de distúrbios emocionais, o que confirma o pressuposto da abordagem psicossomática da obesidade. Os Indicadores Emocionais que se destacaram na discriminação do grupo experimental indicam maior insegurança, retraimento, dependência, imaturidade e agressividade reprimida nas crianças obesas, confirmando as características encontradas na literatura pesquisada sobre os aspectos psicológicos da criança obesa. A discussão e a interpretação dos resultados foram desenvolvidas não somente apoiadas nos pressupostos teóricos da escala de KOPPITZ (1976),mas também com base na comparação com os resultados de pesquisas de outros autores. Os resultados obtidos foram articulados com os dados fornecidos pela bibliografia pesquisada e estudada, a fim de se procurar entender a hiperfagia da criança obesa. Este trabalho oferece algumas sugestões a partir dos resultados obtidos

ASSUNTO(S)

obesidade aspectos psicossomaticos personalidade

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