Um estudo do discurso publicitário: a construção dos ditos populares e dos provérbios pela mídia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Considerando que, de acordo com a Análise de Discurso, os processos que constituem a linguagem são histórico-sociais e o discurso é visto como efeito de sentido entre interlocutores (ORLANDI, 1999), este trabalho objetiva analisar como se constituem os sentidos dos enunciados proverbiais inseridos em textos publicitários publicados predominantemente em 2006 em dois veículos de comunicação de massa, a revista semanal Veja e o jornal diário Folha de São Paulo. Para fundamentar nossas análises, articulamos a teoria polifônica de Ducrot (1987) e a heterogeneidade de Authier-Revuz (1990) que, aliadas ao arcabouço teórico da Análise do Discurso de linha francesa, permitem descrever os fatos da língua, verificados no fio discursivo de treze textos publicitários, e compreender os efeitos de sentido produzidos pelo cruzamento do interdiscurso com o intradiscurso por meio do trabalho da memória. Além disso, como se trata do discurso publicitário, em que a imagem tem um papel preponderante, foi necessário também buscar apoio nos estudos semióticos de Roland Barthes e Umberto Eco. Verificamos que os enunciados proverbiais, apesar de serem considerados típicos da oralidade e da cultura popular, são utilizados pela mídia propagandística escrita, que tem como alvo um público letrado visto como consumidor em potencial. Nossas análises evidenciam que os provérbios, subvertidos ou não em seu sentido original, participam como estratégias discursivas de convencimento, já que transmitem a autoridade da voz do povo, via mídia impressa.

ASSUNTO(S)

provérbios cultura popular proverbs propagandistic discourse popular culture discurso publicitário teoria e analise linguistica

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