Transtorno cognitivo leve e atividade física em idosos residentes no município de Uberaba, MG.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/06/2012

RESUMO

O presente estudo teve como objetivos identificar: a) a prevalência de inatividade física; b) a relação da atividade física com as funções cognitivas; c) o poder preditivo do tempo em práticas de atividades físicas para o transtorno cognitivo leve; c) a prevalência de transtornos cognitivos leves e, d) a relação dos transtornos cognitivos leves com as variáveis sociodemográficas, de saúde e atividade física habitual. Caracterizou-se como estudo observacional de corte transversal e do tipo analítico, utilizando-se de métodos exploratórios surveys e testes de desempenho físico. A população desse estudo compreendeu 10.683 pessoas, de ambos os sexos, com idade ≥60 anos, residentes no aglomerado urbano do município de Uberaba, MG. A amostra, estratificada de forma aleatória, foi constituída por 622 indivíduos cadastrados em uma das 35 Equipes de Saúde da Família (ESF) do município. A coleta dos dados foi realizada por um questionário aplicado em forma de entrevista individual, com informações sociodemográficas de saúde física e mental, medidas antropométricas, capacidade funcional e atividade física habitual. O nível de atividade física habitual nos domínios doméstico, lazer, trabalho e transporte foi avaliado por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), na versão longa e adaptado para idosos. O transtorno cognitivo leve e as funções cognitivas (orientação, atenção e cálculo, evocação e linguagem) foram inferidos pelo Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Para a análise dos dados, foram utilizados procedimentos da estatística descritiva (média e desvio padrão) e inferencial (teste U de Mann-Whitney, Qui-quadrado, curva ROC e modelos de regressão logística de Poisson), p≤0,05. A prevalência de inatividade física (<150 minutos/semana) foi de 35,7%, sendo as mulheres 32,4%, e os homens 41,7%; Já para os transtornos cognitivos leves, a prevalência foi de 16,7%, sendo 14,7% para os homens, e 17,8% para as mulheres. A inatividade física foi associada às funções cognitiva de orientação e linguagem. O transtorno cognitivo leve foi associado à faixa etária mais avançada (≥80 anos), nível intermediário de escolaridade, valores mais baixos nos escores de preensão manual e a inatividade física. A atividade física de intensidade moderada ou vigorosa acumulada em diferentes domínios durante o tempo >200 min/sem, no domínio doméstico (>150 min/sem), transporte (>45min/sem) e no tempo sentado (581 a 640 min/dia) para mulheres e o tempo total despendido em práticas de atividades (>50 min/sem), domínio de transporte (>40min/sem) e no tempo sentado (625 a 655 min/dia) para os homens apresentaram-se com os melhores pontos de corte para predizer a ausência de transtornos cognitivos leves. Os achados desta investigação adicionam, ao corpo de conhecimento disponível, importantes evidências da relação entre o transtorno cognitivo leve e a prática de atividade física habitual, fornece informações que contribuem para a formulação de estratégias intervencionistas mais efetivas que visam à manutenção da saúde mental dos idosos e fortalece o importante papel do profissional de Educação Física nas ações de promoção à saúde.

ASSUNTO(S)

atividade física curva roc educacao fisica physical activity transtorno cognitivo cognitive disorder elderly roc curve idoso

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