Traduzir o mundo vivido : a metafísica da linguagem de Walter Benjamin
AUTOR(ES)
Ricardo Lavalhos Dal Forno
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
16/10/2012
RESUMO
Na filosofia alemã dos últimos anos se pode observar o surgimento de projetos filosóficos que abordam a questão das alternativas para a Filosofia no contexto da crise do conceito de consciência de si. Entre essas posições que nascem da crise das filosofias da subjetividade se encontra a teoria da linguagem de Walter Benjamin. Nesta dissertação, conceito de mundo vivido pretende falar de algo que se apresenta como um ato filosófico fundador. Ele se refere a um espaço prévio e antepredicativo a partir de onde as coisas tomam seus lugares e iniciam seus movimentos na experiência humana. Em Walter Benjamin essa condição de ser anterior do mundo é essencialmente linguístico. E é por isso que se fala de uma tradução desse mundo já sempre presumido. O filósofo deixa claro que parte do quadro teórico da filosofia transcendental de Kant, mas, no entanto, já aponta para a superação dessa forma de pensar quando mostra que a subjetividade não determina o sentido do ser, mas experimenta e participa dele. Nessa nova forma de pensar se tem como central o fato de a linguagem, o sentido e a história serem o a priori com os quais o homem opera em seu mundo. Assim se passa da mediação categorial dos objetos da experiência pela subjetividade para a linguagem como medial de todo conhecimento. E, portanto, o modelo da filosofia da consciência deve substituído pelo modelo da filosofia da linguagem. Porém, a linguagem não surge aqui apenas como a linguagem natural humana, mas como a instância universal de expressão de todas as coisas e, assim, coextensiva ao mundo. Ela, enquanto totalidade, aparece nos pensamentos humanos, nas suas compreensões, nos seus desejos, nas suas paisagens e fornece o texto que o conhecimento humano procura ser a tradução em linguagem nomeadora. E, então, a autoridade epistêmica se desloca de um sujeito que representa o mundo para uma multiplicidade de participações linguísticas de sujeitos nomeadores. Assim, na teoria de Walter Benjamin, o homem deixa de ser apenas doador do sentido e passa a ser também participador do sentido no mundo
ASSUNTO(S)
filosofia linguagem metafÍsica historicismo benjamin, walter - crÍtica e interpretaÇÃo filosofia
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4449Documentos Relacionados
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