Testando o modelo intertemporal da conta corrente para o Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/03/2012

RESUMO

A presente dissertação é composta de dois capítulos que tratam do modelo intertemporal da conta corrente. Em cada capítulo é aplicado, a dados da economia brasileira, um modelo distinto da literatura para descrever a dinâmica da conta corrente de uma economia aberta. O primeiro capítulo avalia a robustez do modelo intertemporal clássico da conta corrente aplicado à economia brasileira em um período que considera as importantes mudanças macroeconômicas no cenário nacional e internacional nos anos mais recentes tais como a implantação do Plano Real em 1994, as incertezas políticas decorrentes de eleições presidenciais em 2002, um processo mais intenso de estímulo à bancarização e oferta de crédito a partir de 2003, a crise financeira do mercado hipotecário americano iniciada em 2007 e a crise da dívida pública da Zona do Euro que ganhou volume em 2010. É realizado um estudo comparativo dos resultados obtidos com o modelo intertemporal da conta corrente em relação a trabalhos anteriores publicados para períodos menos atualizados. Os resultados obtidos mostram que nem todas as proposições básicas testáveis do modelo intertemporal da conta corrente foram confirmadas. Contudo, uma análise menos formal sugere um elevado grau de mobilidade de capitais e fluxos significativos de capitais especulativos, pois a série de conta corrente ótima mostrou-se menos volátil que a série real do período. Estes resultados estão de acordo com aqueles apresentados na literatura para a economia brasileira para outros períodos. O segundo capítulo testa um modelo intertemporal da conta corrente que incorpora a ideia do consumo tipo rule of thumb, a qual considera que parte dos indivíduos consome a sua renda corrente, e a ideia de formação de hábitos de consumo. Emprega-se a técnica de variáveis instrumentais para a estimação de dois parâmetros: a parcela da renda agregada que segue o comportamento rule of thumb e o coeficiente de formação de hábitos. Aplicando-se o modelo a dados da economia brasileira obtêm-se resultados que permitem a comparação com outros trabalhos da literatura e a avaliação se o comportamento rule of thumb e a formação de hábitos de consumo são significativos quando derivados a partir do modelo de dinâmica da conta corrente. Os resultados obtidos neste trabalho indicam que cerca de 50% dos consumidores seguiriam o consumo do tipo rule of thumb e, no que se refere à formação de hábito social, confirmou-se o resultado obtido por Cushing (1992) de que o consumo da renda corrente ainda é relevante quando o conceito de não-separabilidade no tempo é introduzido na função utilidade.

ASSUNTO(S)

mercado de capitais renda nacional economia contratos economia intertemporal model current account rule of thumb permanent income theory capital mobility var gmm

Documentos Relacionados