Técnica de fisioterapia respiratória expiração lenta e prolongada (ELPr): alterações funcionais pulmonares em lactentes sibilantes. / Prolonged slow expiration technique (PSET) chest physiotherapy technique: alterations in lung mechanics in wheezing infants.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: As técnicas fisioterapêuticas de higiene brônquica removem secreção das vias aéreas em lactentes com infecção no sistema respiratório. A observação da efetividade dessas técnicas em criança é limitada e a medição da função pulmonar durante a sua execução pode ser uma forma de avaliá-las. A técnica de expiração lenta e prolongada (ELPr) é técnica passiva realizada em lactentes, entretanto, os estudos sobre o assunto é escasso e suposições sobre a técnica precisam ser confirmadas. Objetivo: Avaliar alterações na dinâmica respiratória durante e após a realização da técnica fisioterapêutica ELPr em lactentes, incluindo avaliação do volume de reserva expiratório (VRE), mecânica respiratória passiva, presença de suspiros. Métodos: Foram avaliados lactentes encaminhados ao Laboratório de Função Pulmonar no Lactente da UNIFESP para realização de prova de função pulmonar. Foram incluídos lactentes com história de sibilância recorrente e idade inferior a 24 meses, excluídos os com doença do refluxo gastroesofágico e cirurgias abdominais e/ou torácicas. Os lactentes foram sedados com hidrato de cloral (via oral, dose entre 60 e 80 mg/Kg) seguindo-se a colocação de máscara facial conectada a pneumotacógrafo. As variáveis da respiração corrente (pico de fluxo expiratório [PFE], volume corrente [VC] e frequência respiratória [f]) e mecânica respiratória passiva (complacência, resistência e constante de tempo do sistema respiratório) foram mensuradas antes e após a realização da ELPr. Foram realizadas três sequências de ELPr na fase expiratória (A, B e C). A técnica foi realizada prolongando a fase expiratória do lactente. O aumento no VC em mais de 100% foi considerado suspiro, durante, ou antes, da ELPr. A técnica de compressão torácica com volume pulmonar aumentado foi feita para identificar o VRE. Resultados: Foram avaliados 18 lactentes com média de idade de 32,2 11,4 semanas, com média de 4,8 1,9 crises de sibilância. Na comparação das fases antes e após a ELPr, observamos mudança significante no VC de 79,3 15,6 ml para 82,7 17,2 ml (p = 0,009); da frequência respiratória de 40,6 6,9 rpm para 38,8 ,9 rpm (p = 0,042); e manutenção do PFE:140,5 19,2 ml/seg para 143,5 20,6 ml/seg (p = 0,264). Não houve alteração nos parâmetros da mecânica respiratória passiva antes e após a ELPr (p >0,05). Durante a realização da ELPr, observamos redução do VC: de 82,3 16,5 ml para 48,5 10,8 ml (p <0,001). Houve maior frequência de suspiros durante a realização da ELPr, comparada à fase sem realização da mesma (p = 0,035). Houve maior eliminação no VRE a cada compressão realizada (32 17,8% na sequência A, 40,9 23,9% na B e 53 19,6% na C; p = 0,035). Conclusões: confirmamos algumas suposições sobre a ELPr em lactentes sibilantes, aumenta o VC e reduz a freqüência respiratória ao final da sua realização. Não há aumento no PFE, confirmando ser técnica lenta. O VC é reduzido durante a ELPr. Predispõe a indução de suspiros. O VRE a cada compressão foi quantificado e é mais exalado quanto mais compressões sucessivas forem realizadas.

ASSUNTO(S)

fisioterapia lactentes função pulmonar volume pulmonar pediatria

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