Tecelãs da existência

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Estud. Fem.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-08

RESUMO

Neste ensaio, entrelaço fios de vidas das mulheres negras que estão atadas ao fio da minha vida. Com os fios soltos das canções de Zezé Motta e dos escritos da filósofa Hannah Arendt, teço este texto-existência. Na leitura dos ensaios e poemas de Marlene Nourbese Philip, escritora afro-caribenha, me inspiro não só para resistir às amarras culturais hegemônicas, mas também para transcendê-las, criando possibilidades de escrita que vincule a dinâmica da fala com a dinâmica da ação, compondo um texto que se movimenta ora como dança, através do espaço, ora como uma canção, ritmada pelo tempo, pois criar e dançar uma coreografia é uma forma de fazer história. Como investiga Selma Treviños, trata-se de uma ferramenta para animar o passado ou uma "escrita" acerca de algo que já foi feito, se concordamos que cada corpo carrega sua própria história e individualidade, memória, sentimentos e emoções. Na busca do entendimento desta minha breve existência, danço, escrevo, teço palavras com fios desfiados da flor do útero das minhas ancestrais. Vasculho minhas lembranças e, na memória corporal, decifro a dor, encontro a raiz da violência, observo o medo, destilo a alegria, enfeito a doçura, mergulho na paz e conheço a liberdade.

ASSUNTO(S)

memória corporal liberdade existência mulheres afro-brasileiras

Documentos Relacionados