SUBIR ESCADAS, TIRAR TELHAS, DESCER POÇOS: ANÁLISE DO TRABALHO DOS AGENTES DE CONTROLE DE ENDEMIAS NO CENÁRIO DA DENGUE ATRAVÉS DA ABORDAGEM ECO-BIO-SOCIAL / CLIMB STAIRS, TILES CLEAN, WELL DOWN: ANALYSIS OF THE WORK OF AGENTS Endemic Disease Control SCENARIO IN DENGUE APPROACH THROUGH ECO-BIO-SOCIAL

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/12/2012

RESUMO

As epidemias de dengue são responsáveis por milhares de casos e óbitos anualmente no mundo e, no Brasil, o nível endêmico dessa doença está diretamente relacionado à elevada infestação domiciliar pelo Aedes aegypti. Diversos agravantes favorecem a re-emergência do mosquito da dengue, dentre estes se destacam a proliferação de inúmeros criadouros artificiais, a urbanização desenfreada e a presença de fatores eco-bio-sociais. Estes fatos tem causado um obstáculo na realização de atividades de controle dos vetores que causam doenças nos indivíduos. Os Agentes de Controle a Endemias, são os profissionais responsáveis por este controle e têm a função de executar visitas aos domicílios, orientando a população e eliminar criadouros do A. aegypti, sendo o elo principal de ligação entre comunidade e estado. Assim, este estudo teve por objetivo compreender o processo de trabalho dos agentes de controle a endemias inseridos no contexto da dengue a partir dos aspectos eco-bio-sociais. Tratou-se de um aparte de um estudo multicêntrico, com o financiamento da Fundação das Nações Unidas da Infância, Centro Internacional de desenvolvimento e pesquisa, Programa de desenvolvimento das Nações, Banco Mundial, Organização Mundial de Saúde e Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais, realizada em Fortaleza com perspectiva descritiva e enfoque qualitativo, no período de Novembro de 2011 a Janeiro de 2012. Foram realizadas entrevistas abertas e em profundidade com 25 Agentes de Controle a Endemias, entrevistas informais com moradores e anotações em diário de campo do dia-a-dia do trabalho deste profissional. Além disso, o município foi dividido em quadrantes, dos quais sorteou-se, aleatoriamente, 10. Para o devido estudo, foram selecionados 3 clusters que tiveram o maior número de casos de Dengue nos últimos cinco anos. Assim, Os dados coletados foram trasncritos e analisados através do software NVIVO, do qual emergiram as seguintes categorias: O trabalho do Agente de Controle a Endemias é; Dengue no dia-a-dia: desafios na orientação e educação em saúde; Dificuldades no cotidiano do serviço: falta de estrutura física, apoio do governo municipal, resistência dos moradores, falta de padronização dos fardamentos e de um Ponto de apoio estruturado. Percebeu-se através das entrevistas o importante papel que o trabalhador, Agente de Controle a Endemias, apresenta na adesão e prevenção de doenças endêmicas e que as demais dificuldades encontradas interferem de modo significativo a prevenção da dengue. Torna-se necessário enfatizar e reestruturar mudanças no processo de trabalho dos Agentes, deixando de ser verticalizada e médica, e passando a ser intersetorializada. É notório a necessidade de cursos de qualificação para estes profissionais que incorporem os princípios da abordagem em ecosaúde. Sugere-se que o agente tenha o papel de orientador, educador e não de fiscalizador.

ASSUNTO(S)

ecossistema processo de trabalho dengue agente de saúde ciencias da saude dengue ecosystem agent health work process

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