Stratégies et masques d un trompe l œil : la chronique de Machado de Assis. / A Crônica em Machado de Assis: Estratégias e Máscaras de um Fingidor.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

A atividade de Machado de Assis como cronista estendeu-se praticamente por toda sua carreira, tendo suas crônicas recebido sucessivas edições. Todavia, a crítica, no mais das vezes, tem entendido esses textos como sendo ora um documento histórico, ora um laboratório no qual Machado se preparava para uma literatura mais séria . Este trabalho pretende constituir um olhar diferente para a pena hebdomadária do escritor, como ele mesmo chama sua crônica: não mais como uma experiência ou registro historiográfico, mas como texto literário que tem seu valor enquanto tal. Este trabalho analisa as crônicas publicadas na coluna A Semana, entre abril de 1892 e dezembro de 1893, data em que Machado já havia produzido boa parte de sua obra mais expressiva. As crôncias recebem aqui um duplo enfoque: o da crítica literária e o do análise do discurso. no primeiro enfoque, foram lembradas as visões que Candido Schwarz, entre outros, têm da obra de Machado. No segundo, procurou-se averiguar em que medida as teorias de Bakhtin, sobre a presença do outro no discurso, e de Ducrot, sobre a multiplicidade de eus presentes no enunciado, contribuem para o entendimento do texto como sendo um objeto heterogêneo que encerra a presença de diversas vozes que expressam seus pontos de vista sobre o mundo. O instrumental teórico adotado terminou por revelar que a crônica de Machado articula-se em dois eixos: é um discurso sobre o ato de narrar e é o espaco de encontro de inúmeras vozes portadoras de discursos que se definem na medida em que se confrontam. Sua dupla articulação permite-lhe, ainda, não só relatar sua realidade, mas reproduzi-la na materialidade do texto.

ASSUNTO(S)

l analyse du discours análise do discurso dialogismo polifonia crônica machado de assis polyphonie machado de assis chronique dialogisme

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