Speech production in different oral rehabilitation modalities / A produção da fala nas diferentes modalidades de reabilitação oral

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Estudou-se a fala de idosos submetidos a diferentes modalidades de reabilitação oral para verificar se o tipo de modalidade interferiu na produção da fala. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, 36 idosos (média=68 anos) foram avaliados, formando-se 3 grupos: 13 com dentes naturais no mínimo até o 2º pré-molar (A) e outros dois grupos de desdentados reabilitados, sendo um com 13 usuários de prótese total mucosossuportada superior e inferior (B) e outro com 10 usuários de prótese total mucosossuportada superior e implantossuportada inferior (C). Excluíram-se casos com histórico de doenças neurológica, oncológica da região da cabeça e pescoço e psiquiátrica; realização de cirurgia laríngea; etilismo; usuários de medicamentos que causasse xerostomia; malformação craniofacial, má oclusão e disfunção velofaríngea; dificuldade auditiva ou usuário de Aparelho de Amplificação Sonora Individual e alteração cognitiva. A estabilidade das próteses foi avaliada por um cirurgião-dentista e amostras de fala foram registradas e analisadas por 5 fonoaudiólogos, orientados a: identificar articulação exagerada ou fechada, redução dos movimentos labiais e falta de controle salivar na fala espontânea; determinar a freqüência de alteração dos fones na análise da repetição de vocábulos e frases para o cálculo da Porcentagem de Consoantes Corretas (PCC); e a detectar troca de ponto articulatório, projeção lingual, ceceio, desvio mandibular ou distorção acústica na repetição de vocábulos e frases e na contagem de números. Análise acústica do fone [s] também foi realizada pela gravação digital das palavras-chave sapo, suco, siga, inseridas na frase-veículo: Digo ____ aqui, considerando-se os parâmetros: duração e freqüência do fone [s]. Segundo a opinião da maioria dos juízes observaram-se em todos os grupos poucos casos com alguma alteração de fala, com maior freqüência no grupo C, sendo a articulação travada verificada em todos os grupos, a redução dos movimentos labiais em dois grupos (A e B) e a articulação exagerada e a falta de controle salivar em um dos grupos (C e B). A concordância quanto à PCC entre os juízes foi verificada pela Estatística Kappa, observando-se variação entre concordância regular a quase perfeita. Verificou-se menor valor da PCC para os fonemas linguodentais nos grupos B e C, portanto com maior ocorrência de alteração, seguido dos fonemas alveolares. Houve predomínio de casos sem alteração no grupo A, contrariamente aos grupos B e C, nas duas amostras de fala estudadas, sendo a projeção lingual e o ceceio os tipos de alteração que mais ocorreram. A comparação entre os grupos não mostrou diferença. Quanto às próteses, a maioria do grupo B estava com a prótese inferior insatisfatória, não havendo associação entre alteração de fala e prótese insatisfatória. Em relação à análise acústica, a comparação dos valores da duração e da freqüência do fone [s] entre os grupos não mostrou diferença e, quando comparada à presença ou ausência de alteração na produção do [s] com a duração e a freqüência, também não se observou diferença. Apesar da amostra estudada ser pequena, pode-se concluir que o tipo de prótese, bem como a estabilidade desta parece não interferir na produção da fala.

ASSUNTO(S)

speech acoustics speech acústica da fala prótese dentária fala dental prosthesis

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