Shall we dance? Colaboração e histórias do processo de busca por parceiros de tandem

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo narrar e descrever o processo de busca por parceiros de tandem, vivenciado por alunas do curso de Letras de uma universidade do estado de Mato Grosso, e por mim, enquanto monitora desse processo. Mais especificamente, esta pesquisa se propõe a problematizar a colaboração nesse processo. As alunas em questão estavam engajadas em um projeto de extensão, envolvendo o ensino de língua portuguesa e a aprendizagem de língua inglesa ou espanhola via MSN Messenger. Participaram desse estudo apenas as alunas que optaram por aprender a língua inglesa no projeto. Este trabalho teve como aporte teórico, estudos sobre aprendizagem de língua mediada por computador (BAX, 2003; LEFFA, 2006; PAIVA, 1999, 2001; WARSCHAUER, 1996, 1997, 2000), a perspectiva sóciointeracionista (VYGOSTKY, 1998), concepções sobre aprendizagem colaborativa e cooperativa (CELANI, 2002; DILLENBOURG, 1999; ESHET-ALKALAI, 2004; FIGUEIREDO, 2006; JOHNSON; JOHNSON, 1998; MAGALHÃES, 2004; PANITZ, 1995; SMITH; MACGREGOR, 1992; TINZMANN et al., 1990; WIERSEMA, 2000), e estudos sobre aprendizagem em contexto de tandem (BRAMMERTS, 1996; BRAMMERTS; CALVERT, 2003; CALVERT, 1992; TELLES; VASSALLO, 2006, 2009). A abordagem teórico-metodológica adotada foi a Pesquisa Narrativa, segundo Clandinin e Connelly (2000, 2005). A composição do material documentário se deu por meio de textos introdutórios postados nos perfis de sites de intercambio linguístico, mensagens de convite enviadas pelas alunas-participantes a membros de sites de intercâmbio linguístico, interações entre essas alunas e os membros nos próprios sites e no MSN Messenger, além de narrativas escritas por elas e por mim ao longo do projeto de extensão. Esse material foi analisado com base na Composição de Sentidos, conforme Ely, Vinz, Downing e Anzul (2001). Lançando mão de uma linguagem metafórica, o tandem como uma dança de salão, foi possível perceber através desta pesquisa que as tentativas de tirar pessoas para dançar tandem, feitas pelas alunasparticipantes, não se constituíram como convites colaborativos, isto é, não foram um shall we dance?, mas uma imposição, um dance with me!. A não colaboração dos convites foi relacionada aqui aos princípios norteadores do contexto de tandem (reciprocidade e autonomia), e a concepções de ensinoaprendizagem de língua que as participantes traziam consigo.

ASSUNTO(S)

pesquisa narrativa parceria de tandem aprendizagem colaborativa língua inglesa linguistica língua inglesa - estudo e ensino narrative inquiry tandem partnership collaborative learning english language

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