Ser e não ser gente: dinâmicas da feitiçaria no alto Xingu
AUTOR(ES)
Vanzolini, Marina
FONTE
Mana
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-08
RESUMO
Baseado em uma pesquisa de campo com os Aweti, grupo tupi do alto Xingu, o artigo propõe uma reflexão sobre as particularidades da agressão mágica xinguana no cenário amazônico, relacionando técnicas, campos de incidência e efeitos políticos de tais práticas. Contrariando uma imagem corrente na etnologia regional, os xinguanos sempre identificam a fonte de seus maiores sofrimentos com a ação de pessoas bastante próximas, frequentemente coaldeãos da vítima, e sempre outros xinguanos, isto é, integrantes do que Ellen Basso denominou de "comunidade moral" xinguana: um conjunto multiétnico de aliados que se define, idealmente, pela abdicação da violência entre si. A hipótese central deste trabalho é que a feitiçaria xinguana deveria ser pensada como parte de um mecanismo de produção de inimizade que, operando a partir das relações cotidianas, faz com que o esforço histórico de produção de identidade comunitária pareça nunca se completar.
ASSUNTO(S)
alto xingu feitiçaria xamanismo guerra política ameríndia
Documentos Relacionados
- O projeto de ser gente: construção da identidade na exclusão
- Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia
- Cinema Perto da Gente: Arte como Estratégia de Atuação do Psicólogo no CRAS
- (Não) Reconhecimento e subcidadania, ou o que é ''ser gente''?
- Gente cuidando de gente: a arte do cuidar pelas ondas do rádio