Sequelas físicas advindas do tratamento de câncer de mama: estudo comparativo / Physical sequels from breast cancer treatment: a comparative study

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/05/2012

RESUMO

O tratamento cirúrgico e adjuvante de câncer de mama pode desencadear sequelas físicas como diminuição da amplitude de movimento do ombro, linfedema, alteração da sensibilidade tátil e dor. O objetivo do presente estudo foi comparar sequelas físicas do tratamento de câncer de mama em dois grupos de mulheres: não inseridas e inseridas em um centro de reabilitação física. O estudo foi realizado no Centro de Oncologia do Hospital Santa Casa de Araçatuba (grupo I - controle) e no Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas (grupo II - experimental). Os instrumentos usados para avaliação da amplitude de movimento de flexão e abdução do ombro foi o flexímetro, o linfedema foi avaliado por perimetria para posterior cálculo de volume, a sensibilidade pelo estesiômetro de Semmes-Weinstein e a dor pela Escala de Estimativa Numérica. Primeiramente, houve um treinamento de medidas realizado por duas fisioterapeutas, em 26 mulheres para investigação do coeficiente de correlação intraclasse. Em seguida, o estudo piloto foi realizado com 10 mulheres em cada grupo. Após o piloto, o cálculo amostral foi realizado. Observou-se nos resultados do treinamento de medidas uma concordância muito boa (>0,81) para a flexão de ombro homolateral e contra-lateral, abdução do ombro homolateral, volume homolateral e contra-lateral, sensibilidade homolateral. A abdução de ombro contra-lateral obteve boa concordância (0,61 - 0,80) e a sensibilidade contralateral obteve moderada concordância (0,41 - 0,60). O cálculo amostral determinou n = 22 mulheres para cada grupo. O grupo I apresentou maior idade, menor índice de massa corporal e maior quantidade de mulheres submetidas a mastectomia. O grupo II apresentou menor idade, maior nível educacional e renda média familiar, mais cirurgias conservadoras (p = 0,041) e radioterapia (p = 0,012). O valor médio da flexão homolateral foi maior no grupo II (p = 0,036) e tomando o lado contralateral como parâmetro de normalidade, o grupo I obteve a amplitude de flexão de ombro homolateral comprometida (p = 0,014). Não houve diferença estatística entre os grupos na amplitude de movimento de abdução e na diferença de volume entre os membros superiores, mas percentualmente observou-se melhores resultados no grupo II. A intensidade da dor foi a mesma entre os grupos. A análise descritiva apresentou maior frequencia de mulheres com valores considerados de normalidade para a sensibilidade tátil no grupo II. Os resultados apontam que a intervenção realizada foi satisfatória, principalmente para a amplitude de movimento de flexão de ombro.

ASSUNTO(S)

breast neoplasms dor linfedema movement movimento neoplasias da mama pain parestesia paresthesia reabilitação rehabilitation lymphedema

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