Sepse grave e choque séptico em crianças com câncer: fatores preditores de óbito

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004-12

RESUMO

OBJETIVO: Descrever as características clínicas das crianças e adolescentes portadores de doenças oncológicas que foram admitidos na UTIP apresentando sepse grave ou choque séptico. E determinar os fatores preditores de óbito e uso de ventilação pulmonar mecânica (VPM). MÉTODOS: Foram analisadas prospectivamente 33 crianças com diagnóstico de sepse grave ou choque séptico, na UTIP do Hospital do Câncer, entre junho e dezembro de 2001. RESULTADOS: Durante o período houve 33 internações, cuja idade variou entre 1 e 23 anos; 16 (48%) eram do sexo masculino e 17 (52%) do sexo feminino. Vinte pacientes eram portadores de leucemia ou linfoma e 13 pacientes de tumores sólidos. Vinte e oito pacientes apresentaram quadro infeccioso documentado. Houve crescimento de patógenos em 73%, sendo que as infecções por germes gram-negativos foram responsáveis por 67% das amostras. Suporte respiratório foi necessário em 18 casos (54%), a administração de drogas inotrópicas em 22 casos (67%) e em quatro casos a diálise foi indicada. A taxa de mortalidade foi de 41% para os pacientes que necessitaram de drogas inotrópicas, 69% para os que utilizaram VPM e 100% para aqueles submetidos à diálise. A taxa de mortalidade foi de 27%. CONCLUSÕES: Nossos dados sugerem que o início precoce de tratamento intensivo para crianças com câncer apresentando sepse grave e choque séptico pode ser um fator capaz de influenciar a mortalidade desses pacientes. E a utilização da ventilação pulmonar mecânica não invasiva demonstrou ser um procedimento capaz de reduzir a necessidade de intubação orotraqueal e ventilação pulmonar mecânica invasiva.

ASSUNTO(S)

câncer crianças sepse severa terapia intensiva

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