“Self-perception of voice and interferences of voice desorders: an study about Ribeirão Preto/SP’s municipal teachers.” / "Auto-percepção da voz e interferências de problemas vocais: um estudo com professores da rede municipal de Ribeirão Preto/SP"

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A maior incidência de disfonia em profissionais que utilizam a voz falada como instrumento de trabalho está entre os professores. O distúrbio da voz relacionado ao trabalho é caracterizado como qualquer alteração vocal diretamente relacionada ao uso da voz durante a atividade profissional que diminua, comprometa ou impeça a atuação e/ou a comunicação do trabalhador. Fatores ambientais e organizacionais podem atuar como atores principais ou coadjuvantes ao desenvolvimento da doença, que freqüentemente ocasiona incapacidade laboral temporária ou permanente; pode ou não haver lesão nas pregas vocais secundária ao uso vocal. Evidências científicas abundantes mostram a contribuição da saúde geral para a qualidade de vida das pessoas ou de populações. Da mesma forma, é sabido que muitos componentes da vida social contribuem para uma vida com qualidade. No caso dos professores, esses componentes envolvem questões muito além do uso excessivo da voz, como problemas de adaptação profissional, condições ruins de trabalho, espaço físico inadequado devido a higiene do ambiente e ao número de alunos ou à má condição acústica da classe, violência, pouco tempo de preparo para as aulas e o estresse gerado pela má remuneração e pelas más condições gerais de trabalho e saúde, entre outros. Muito pode ser evitado se houver atenção à saúde vocal do professor, que deveria ser iniciado durante a formação profissional, visto que muitos professores apresentam episódios de disfonia antes do término da graduação. Com essa mudança, os prejuízos com o absenteísmo dos professores às salas de aulas, que em 2004 ultrapassaram duzentos milhões de reais, poderão ser diminuídos. É preciso ouvir o educador para a elaboração de leis que garantam ao professor o direito de ter o seu distúrbio vocal, quando relacionado ao trabalho, reconhecido como uma doença ocupacional. O objetivo do presente é observar a influência da alteração vocal nos aspectos profissional, pessoal e emocional dos professores da rede pública municipal da cidade de Ribeirão Preto. Participaram da amostra 118 professores, atuantes em salas de aula, da rede municipal de Ribeirão Preto, ambos os sexos, do ensino infantil, fundamental e médio e 96 sujeitos nãoprofessores (controle). Todos foram solicitados a responder o protocolo Vapp – Voice Activity and Participation Profile e o questionário de caracterização da amostra. Os resultados mostraram que a prevalência de 93% de queixa de disfonia entre os professores da rede pública municipal da cidade de Ribeirão Preto/SP e baixos escores de auto-percepção quanto à severidade do problema vocal, como também para a influência dos efeitos da alteração vocal no trabalho, na comunicação diária, na comunicação social e nas emoções. Os valores do PLA revelaram que no momento da entrevista, os professores consideravam-se pouco limitados em suas atividades devido ao problema vocal. Os valores do PRP mostraram que nos últimos seis meses os professores foram pouco restritos em participar de atividades profissionais e de vida diária devido ao problema vocal. Pode ser concluído que os professores da rede municipal de Ribeirão Preto apresentaram baixa influência de problemas vocais nos aspectos profissional, pessoal e emocional no momento da entrevista como também nos últimos seis meses.

ASSUNTO(S)

saúde health trabalho voz voice professor work teachers

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