Saúde bucal de crianças hospitalizadas: percepções e atitudes de acompanhantes / Oral health of hospitalized children: perceptions and attitudes of caregivers

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/04/2010

RESUMO

Ações voltadas à saúde bucal podem contribuir para a recuperação da saúde geral da criança hospitalizada. Para a instituição de programas educativos e preventivos dirigidos a esse público, necessário se faz compreender as percepções sobre saúde bucal segundo os acompanhantes de crianças hospitalizadas, a fim de elaborar um trabalho de educação em saúde que vá ao encontro das percepções e atitudes desse grupo. Foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de entrevista, baseada em um roteiro semi-estruturado. As entrevistas foram gravadas em áudio-cassete, transcritas, digitadas e impressas para obtenção do material do estudo: as falas dos entrevistados. Para análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo, modalidade temática, realizada através da leitura exaustiva de todas as entrevistas para extração das palavras ou frases indicativas de significados, agrupando-as em núcleos de sentido e posteriormente categorizando-os em temas. Como resultados foram depreendidos três temas: O cuidado, A saúde bucal e A relação entre saúde bucal e saúde geral. Em relação ao cuidado oferecido às crianças hospitalizadas, observa-se ser diferente daquele destinado à mesma criança antes de adoecer e também às outras crianças da família através do aumento do zelo, da preocupação com o conforto da criança, a fim de amenizar as dores e o sofrimento e da alimentação. Os relatos dos sujeitos demonstraram que a preocupação com a saúde bucal se dá através da realização do tratamento odontológico e também da realização da higiene bucal pelo menos três vezes ao dia, utilizando creme dental e escova de dentes. Porém percebe-se não haver preocupação com outros fatores de risco como a dieta e o uso de medicamentos e nem mesmo em seguir algumas orientações recebidas por cirurgiões-dentistas ou procurar um tratamento preventivo. Alguns demonstraram também dificuldade em realizar ou supervisionar a higiene bucal da criança. A hospitalização para alguns não é um fator dificultador para a realização da higiene bucal por ser um hábito, enquanto para outros o é, por sair da rotina doméstica. Em relação ao tema relação saúde bucal  saúde geral, percebe-se que eles acreditam que exista uma relação bidirecional entre elas, no entanto, aquilo que eles realmente acham que interfere na saúde bucal da criança não é a doença em si, mas sim o fato de usar antibiótico. Conclui-se que as percepções dos acompanhantes sobre a saúde bucal de crianças hospitalizadas seguem o senso comum de que escovar os dentes faz parte da higiene corporal e que essa prática deve acontecer três vezes ao dia, com a utilização de escova de dentes e creme dental, não considerando outros fatores de risco. Os acompanhantes conseguem perceber as reais condições bucais de suas crianças procurando melhorá-las com o tratamento curativo e não evitá-las através da prevenção. As atitudes em relação à saúde são permeadas por crenças como a de que antibiótico, remédio forte, estraga os dentes. Há a necessidade de que as ações de educação em saúde sejam desenvolvidas em conjunto com toda a equipe multiprofissional de saúde e com o grupo alvo a fim de haver uma mudança no enfrentamento do processo saúde-doença.

ASSUNTO(S)

educação em saúde criança hospitalizada saúde bucal percepção atitude cuidadores clinica odontologica education health hospitalized child oral health perception attitude care-gives

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