São Francisco do Conde e o enigma da riqueza e pobreza no Recôncavo Baiano

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/12/2011

RESUMO

Esta dissertação constitui-se numa busca de entendimento do enigma da pobreza versus riqueza nos territórios de alto dinamismo econômico da Bahia, a saber, o Recôncavo e Região Metropolitana de Salvador. Neste contexto, propôs-se ao objetivo de analisar as transformações socioeconômicas, ocorridas no território de São Francisco do Conde em decorrência da implantação da Petrobrás (RLAN-Refinaria Landulpho Alves) e como isso tem reflexos nas discussões sobre riqueza e pobreza no município, no período entre 1950 a 2010. Partiu-se do pressuposto que o desenvolvimento resulta de formas de organização sócio territorial; por esta razão centrou-se a análise nas complexidades instituídas na territorialização petrolífera, local de um município com uma riqueza potencial (o petróleo) e que convive com indicadores sociais baixos em relação a outros municípios com arrecadações inferiores. Optou-se pelo estudo de caso como metodologia por consistir num estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Para analise de dados foi necessário associá-los às informações pesquisadas junto aos órgãos governamentais e à população local, visitas de observação, realização de entrevistas e aplicação de questionários com agentes sociais, econômicos e institucionais. A atividade petrolífera desenvolvida no território franciscano gera riqueza e renda, porém não garante empregos para os residentes; é preciso desmistificar a idéia de crescimento associada aos grandes empreendimentos e também como agentes exclusivos do desenvolvimento, eles aumentam os indicadores econômicos, entretanto não refletem desenvolvimento com clareza. Desta forma o que se tentou demonstrar nesta pesquisa é que não há uma relação entre a riqueza e desenvolvimento social local e disto resulta que, embora São Francisco do Conde disponha de recursos financeiros abrangentes, a demonstrada incapacidade administrativa institucional associada à desarticulação dos agentes sociais locais, cuja lógica privilegia aqueles que não necessitam, acabam favorecendo o clientelismo e assistencialismo. Ao mesmo tempo, a gestão desta riqueza, tem sido impeditiva para que São Francisco do Conde seja um município rico e seu povo desfrute equitativamente da territorialização desta riqueza como fomentadora do desenvolvimento social. A refinaria trouxe o crescimento (progresso), entretanto mantém a população local afastada do processo de desenvolvimento.

ASSUNTO(S)

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