Risco hidrometeorológico no município de Belo Horizonte: eficiências e deficiências desde os anos 1990

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/02/2012

RESUMO

O grau e a frequência do risco hidrometeorológico nas metrópoles brasileiras são influenciados pela expansão urbana e adensamento das vilas e favelas nas metrópoles brasileiras, provocando um aumento de ocorrências dramáticas em virtude da acumulação da água nos córregos e nas ruas e dos movimentos de massa durante os eventos pluviométricos intensos e prolongados. As consequencias derivadas desses processos naturais perigosos exigem uma gestão de risco para tentar evitar situações de emergência e mesmo catástrofes. A presente dissertação objetiva refletir sobre a gestão de risco no que diz respeito a sua trajetória, eficiências e deficiências, indagando, sobretudo, em que medida (e se) é possível atingir o controle total do risco hidrometeorológico. Ela verifica a implementação, no Município de Belo Horizonte, das medidas de dois programas: o Programa Estrutural em Áreas de Risco (PEAR) e o Programa de Revitalização Ambiental e Saneamento dos Fundos de Vale e dos Córregos em Leito Natural de Belo Horizonte (DRENURBS). Belo Horizonte executa diversas medidas para antecipar os efeitos da chuva extrema desde o início da década de 1990, as quais, devido a seu potencial de sucesso, merecem servir de exemplo para outros municípios brasileiros. A análise partiu de uma revisão bibliográfica que incluiu temas transdisciplinares à Geografia, registros das ocorrências de processos hidrológicos e geológicos (entre 1998 e 2011) e das perdas humanas causadas pela chuva (entre 1977 e 2011), além do acompanhamento de diversos eventos informativos e entrevistas com agentes envolvidos e/ou afetados. Como resultado final, o sucesso da gestão de risco hidrometeorológico foi apontado através 1) da antecipação - previsão, prevenção, proteção; 2) da integração entre a sociedade, o sistema urbano artificial e os ecossistemas naturais; e 3) da participação dos diversos setores da sociedade. No entanto, a eliminação total do risco hidrometeorológico mostrou-se impossível devido à inevitabilidade da força da natureza que se apresenta cada vez mais agressiva, mas principalmente devido à ação política, que é determinada em parte por interesses conflituosos entre os indivíduos e pela competitividade urbana para o desenvolvimento econômico. Por um lado, a metrópole é mais vulnerável aos processos naturais perigosos via impactos ambientais e desigualdades sociais, por outro, o mercado de capitais é um obstáculo à adoção de ações sustentáveis. Se não existe risco zero, há, contudo, possibilidade de uma redução significativa. Em Belo Horizonte, as medidas do PEAR resultaram na redução dos processos geológicos; as do Drenurbs (ainda) não deram os mesmos resultados, devido à sua implementação mais recente e também à complexidade dos processos hidrológicos.

ASSUNTO(S)

geografia teses. hidrometeorologia belo horizonte (mg) teses.

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