Resposta da macrofauna bÃntica estuarina a distÃrbios: experimentos de eutrofizaÃÃo e recolonizaÃÃo no Canal de Santa Cruz-PE

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O aporte excessivo de nutrientes tem intensificado e expandido o fenÃmeno da eutrofizaÃÃo que, atualmente, à a maior causa global de degradaÃÃo ambiental. A condiÃÃo mais extrema da eutrofizaÃÃo à a drÃstica desoxigenaÃÃo das Ãguas, culminando com a hipoxia ou anoxia, e conseqÃente defaunaÃÃo da fauna bÃntica. AtravÃs de dois experimentos de campo foram estudados (1) os efeitos do enriquecimento inorgÃnico sobre a macrofauna bÃntica e (2) os padrÃes de recolonizaÃÃo do macrobentos e o tempo requerido para sua recuperaÃÃo apÃs defaunaÃÃo por hipoxia/anoxia. Os estudos foram realizados em uma planÃcie de marà lamosa no Canal de Santa Cruz (ItamaracÃ-PE), no perÃodo de abril de 2005 a janeiro de 2006. Em ambos os experimentos, a distribuiÃÃo vertical da macrofauna foi investigada ao longo de 4 estratos: 0-2, 2-5, 5-10 e 10-20cm de profundidade no sedimento. No primeiro experimento duas dosagens distintas de nutrientes (NPK) (Alta Dose e Baixa Dose) foram aplicadas semanalmente, ao longo de 4 meses. As respostas da macrofauna variaram com as dosagens de nutrientes assim como com sua distribuiÃÃo vertical. Ambas as dosagens provocaram um aumento na biomassa microalgal bÃntica apenas na fase inicial do experimento. Apenas o poliqueto Capitella spp respondeu positivamente ao enriquecimento, mostrando um comportamento oportunista. Por outro lado, nÃo foi observada resposta de Tubificidae spp e Sigambra grubii na Baixa Dose, havendo declÃnio destes tÃxons na Alta Dose. Todos os demais tÃxons da macrofauna mostraram quedas nas abundÃncias apÃs 3 semanas. As Curvas de k-dominÃncia evidenciaram um aumento na dominÃncia e queda na diversidade apÃs a adiÃÃo de nutrientes. Foi constatado um aumento na variabilidade entre rÃplicas (DispersÃo Relativa e Ãndice de DispersÃo Multivariado) nas Ãreas enriquecidas indicando um aumento no estresse da comunidade. A ordenaÃÃo MDS e a anÃlise ANOSIM evidenciaram mudanÃas nas comunidades de Alta e Baixa Dose apÃs 3 semanas de aplicaÃÃo de nutrientes. No experimento de recolonizaÃÃo, a defaunaÃÃo dos sedimentos foi realizada atravÃs da cobertura de Ãreas de 4m com lonas plÃsticas por um perÃodo de 3 meses. ApÃs a retirada da cobertura os primeiros colonizadores foram os poliquetos Laeonereis acuta, Sphaerosyllis sp, Streblospio benedicti e Sigambra grubii e os oligoquetos Tubificidae spp. O tempo de recuperaÃÃo dos atributos univariados da comunidade nÃo apresentaram resultados uniformes, variando entre 18 dias para a DistinÃÃo TaxonÃmica, 35 dias para a riqueza e 93 dias para a abundÃncia. As anÃlises multivariadas indicaram que a comunidade macrozoobÃntica das Ãreas defaunadas somente se recuperou ao final do experimento (153 dias) e que a velocidade de recuperaÃÃo da abundÃncia da macrofauna foi inversamente proporcional à profundidade de amostragem. Sugere-se que a recolonizaÃÃo ocorreu predominantemente pela imigraÃÃo de adultos. Os experimentos indicaram que a adiÃÃo dos nutrientes provocou uma severa e precoce deterioraÃÃo da estrutura da macrofauna podendo causar a defaunaÃÃo e que, na Ãrea de estudo, a infauna apresentou uma rÃpida capacidade de recuperaÃÃo nas Ãreas defaunadas (mesoescala) por hipoxia/anoxia

ASSUNTO(S)

macrofauna estuarina recolonizaÃÃo canal de santa cruz oceanografia eutrofizaÃÃo defaunaÃÃo experimento de campo

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