Fontes de óleos vegetais em dietas para lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): desempenho produtivo, perfil de ácidos graxos, rendimento e composição de carcaça / Fontes de óleos vegetais em dietas para lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): desempenho produtivo, perfil de ácidos graxos, rendimento e composição de carcaça / Sources of vegetable oils in diets for lambaris-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): productive performance, fatty acid profile, body indices and carcass composition / Sources of vegetable oils in diets for lambaris-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): productive performance, fatty acid profile, body indices and carcass composition

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/02/2011

RESUMO

O lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae), espécie nativa brasileira, de água doce, pode ser encontrado do nordeste ao sul do país. O cultivo desta espécie tem despertado o interesse de vários pesquisadores por se tratar de um peixe com rápido crescimento, hábito alimentar onívoro e reprodução natural, podendo tornar-se uma espécie amplamente produzida no país. Acrescido a isso, os lambaris apresentam boa aceitação no mercado. Entretanto, para o sucesso da intensificação na produção desta espécie é necessário, principalmente, estudos relacionados à nutrição e alimentação dos animais, para que se possam indicar dietas que proporcionem maior desenvolvimento do animal, sem prejuízo a sua saúde. Assim, com esse estudo objetivou-se avaliar diferentes fontes de óleos vegetais em dietas para lambaris-do-rabo-amarelo. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado com seis tratamentos (óleos vegetais de canola, milho, linhaça, girassol, oliva e soja) e cinco repetições. Para tanto, 510 alevinos com 1,820,09g foram distribuídos em 30 aquários circulares (100L), equipados de filtro biológico, aquecedores e termostatos. Cada aquário foi considerado uma unidade experimental. Os peixes foram alimentados com as dietas-teste por um período de 90 dias. Ao final do experimento, os peixes foram avaliados quanto ao desempenho produtivo, índices de rendimento corporal, composição química da carcaça e perfil lipídico da carcaça e do fígado. Foi observada diferença significativa para sobrevivência, teor de proteína bruta e perfil lipídico dos peixes alimentados com dietas contendo diferentes fontes de óleo. Os lambaris alimentados com a dieta contendo óleo de soja apresentaram menor taxa de sobrevivência (94,11%) quando comparada com as taxas de sobrevivência dos peixes alimentados com as demais dietas. As maiores porcentagens de proteína bruta na carcaça 59,23% e 57,84% foram encontradas nos peixes alimentados com as dietas contendo os óleos de linhaça e girassol, respectivamente. Os peixes alimentados com as dietas contendo os óleos de girassol, soja e milho apresentaram as maiores concentrações de ácido linoléico (18:2n-6) xiii incorporados na carcaça. A dieta contendo óleo de linhaça proporcionou maior concentração de ácido α-linolênico (18:3n-3) na carcaça dos peixes. Nos peixes de todos os tratamentos não foi detectado a presença do ácido araquidônico (20:4n-6). Foi observada presença dos ácidos eicosapentaenóico (20:5n-3) e do ácido docosahexaenóico (22:6n-3) incorporados à musculatura dos peixes de todos os tratamentos, mostrando existência de maior afinidade das enzimas Δ6 dessaturases pelos ácidos graxos da série n-3 quando comparados aos ácidos graxos da série n-6. A dieta contendo óleo de linhaça, rica em ácido graxo α-linolênico resultou em maior relação n-3/n-6 no perfil lipídico da carcaça dos peixes quando comparados aos peixes alimentados com as demais dietas. No fígado dos peixes houve maior acúmulo dos ácidos linoléico e docosahexaenóico, quando comparado ao ácido α-linolênico. Esses resultados confirmam a maior afinidade das enzimas Δ6 e Δ5 dessaturases pelos ácidos graxos da série n-3 (α-linolênico) diminuindo a conversão do ácido linoléico a ácido araquidônico. Esses resultados mostram que os óleos de origem vegetal testados são bons fornecedores de ácidos graxos precursores na síntese de eicosanóides e confirmam que essa espécie possui alta capacidade de realizar a dessaturação e alongamento de ácidos graxos da serie n-3. O óleo de linhaça, por promover maior relação de ácidos graxos das séries n-3/n-6 na carcaça dos peixes, é indicado em dietas para essa espécie.

ASSUNTO(S)

n-3/n-6 Ácido eicosapentaenóico Ácido docosahexaenoico Ácido araquidônico n-3/n-6 perfil de ácidos graxos piscicultura eicosapentaenoic acid docosahexaenoic acids arachidonic acid fatty acid profile

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