Religiosidade e Qualidade de Vida dos Pacientes com Insuficiência Renal Crônica em Hemodiálise / Religiosity and Quality of Life of Patients with Chronic Kidney Disease on Hemodialysis Treatment

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/08/2011

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo estudar a religiosidade e a qualidade de vida (QV) de 100 pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise, com idades variando entre 18 anos e 90 anos, sendo 50 pacientes do sexo masculino e 50 do feminino. Após os procedimentos éticos, na coleta de dados foram aplicados os seguintes questionários: Dados Sócio-Demográficos, formulário WHOQOL-Abreviado e Escala de Atitude Religiosa. Para as análises estatísticas os dados foram digitados na plataforma do SPSS, sendo realizados cálculos de percentagem, analisados alfa de Cronbach, utilizados o teste T de Student, cálculos de correlação de Pearson, análise de variância, além das médias e desvios padrão para a descrição do perfil dos participantes. Durante todo o processo de coleta de dados foi utilizado um diário de campo para as anotações informais sobre o conteúdo das falas dos pacientes, sendo estas apresentadas em quadros com as interpretações positivas e negativas dos seus discursos, através da análise de Bardin e Léxica. Os resultados encontrados permitiram identificar que os pacientes em estudo tinham o tempo mínimo de 12 meses e tempo máximo de 300 meses da doença renal crônica, com uma variação de 1 mês de tratamento à 144 meses. Quanto às opções religiosas, 60% da amostra se autodenominou católica. Com relação a carga fatorial mínima considerada para interpretação dos componentes, verificou-se que na escala de atitude religiosa, o primeiro componente reuniu 8 itens, com saturação variando de 0,83 a 0,48, apresentou desvio padrão de 8,6 e uma variância de 74,6%, com alfa de Cronbach de 0,87. O segundo componente agrupou 6 itens, com saturação variando de 0,80 a 0,55, desvio padrão de 7,7 e uma variância de 59,1%, alfa de Cronbach de 0,86. O terceiro componente coligou 7 itens, com uma variação de 0,70 a 0,47, desvio padrão foi de 5,8 e a variância de 34,1%, o alfa de Cronbach foi de 0,86. Foi observado na pesquisa que a autoavaliação da QV apresentou uma média de 3,8 com um desvio padrão de 0,8. Na satisfação com a sua saúde, obteve-se uma média de 3,2 com um desvio padrão de 1. O Domínio Físico obteve uma média de 9,6 com um desvio padrão de 2,5. No Domínio Psicológico se verificou uma média de 22 com um desvio padrão de 4. No Domínio Nível de Independência observou-se uma média de 12 com desvio padrão de 3. No Domínio Relações Sociais se obteve uma média de 11 com um desvio padrão de 2,5. Por fim, o Domínio Ambiental, onde chegou-se a uma média de 29 com um desvio de 4,5. O componente 1 da Escala de Atitude Religiosa se correlacionou com o domínio psicológico do Formulário WHOQOL-Abreviado (r = 0,21, p<0,05). Além disso, também há uma correlação positiva entre este componente e o domínio relações sociais (r = 0,25, p<0,05). Pode-se verificar também uma correlação positiva entre o componente 2 da atitude religiosa com o nível de independência de QV (r = 0,28, p<0,01) e com o domínio de relações sociais (r = 0,22, p<0,05). Por fim, é possível observar uma correlação positiva entre o componente 3 da Escala de Atitude Religiosa com o domínio nível de independência (r=0,22, p<0,05), com o domínio relações sociais (r =0,22, p<0,05) e com o domínio ambiental (r =0,23, p<0,05). Houve também uma correlação positiva entre a satisfação com a QV e o componente de religiosidade 2 (r = 0,22 , p<0,05). Quanto ao tempo da doença e tempo de tratamento com os domínios da QV, observou-se uma correlação negativa entre o tempo da doença com o domínio físico (r = -0,20, p<0,05), uma correlação negativa entre o tempo da doença e o domínio nível de independência (r = -0,24, p<0,05), e uma correlação negativa com forte significância estatística entre o tempo de doença e o domínio relações sociais (r = -0,27, p<0,01). Verificou-se neste trabalho que há uma influência da religiosidade com a QV dos pacientes renais crônicos, ou seja, foi observado que os componentes da atitude religiosa tiveram uma correlação positiva com os domínios relações sociais, psicológico, nível de independência e ambiental. Entretanto, não houve uma influência da religiosidade com o domínio físico. Assim, foi observado que a religiosidade é uma fonte de conforto e esperança para os pacientes, fortalecendo-os e promovendo bem-estar geral, ajudado a aceitação da condição inevitável.

ASSUNTO(S)

qualidade de vida religiosidade insuficiência renal crônica teologia chronic renal failure religiosity quality of life

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