Rede e apoio social, sobrecarga e qualidade de vida de cuidadores familiares de idosos com incapacidade funcional / Social network and support, overload and quality of life of family caretakers of elderlies with functional disability

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/12/2012

RESUMO

O cuidado diário de um idoso com incapacidade funcional demanda recursos econômicos, planejamento, organização familiar e pessoal. Esse cuidar, sem uma rede e apoio social, pode ocasionar sobrecarga de tarefas, desgaste físico e emocional para quem cuida, principalmente quando é assumido por tempo prolongado e por uma única pessoa, desencadeando limitações na vida diária do cuidador e interferindo na sua qualidade de vida. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade de vida do cuidador familiar de idosos dependentes e associar com a rede social, o apoio social, a sobrecarga do cuidador e o grau de dependência do idoso. Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado no município de Arapongas-Pr, com uma amostra de 178 cuidadores familiares de idosos com incapacidade funcional. A coleta de dados foi realizada por pesquisadores de campo devidamente treinados, mediante entrevista domiciliar, utilizando os instrumentos: questionário contendo variáveis sociodemográficas do cuidador, o Medical Outcomes Study - MOS e o Social Network Index para avaliação da rede e apoio social, The Zarit Burden Interview -ZBI para avaliação da sobrecarga e o WHOQOL-Bref para avaliação da qualidade de vida. Os dados evidenciaram que os cuidadores eram em sua maioria mulheres (90,4%), filhas (48,8%), casadas (76,4%), com média de idade de 56,7 anos, pertencentes à classe econômica C (33,1%).Os cuidadores avaliaram a sua saúde como regular (45,5%), apresentaram sobrecarga moderada (57,3%), rede social menos de três parentes (60,1%) e menos de três amigos (71,4%) e a interação social foi a dimensão de apoio social mais afetada (50,4). Na avaliação da qualidade de vida, o domínio meio ambiente (56,1) e psicológico (57,3) foram os mais comprometidos. A análise multivariada revelou que as chances de o cuidador apresentar melhor qualidade de vida no domínio físico foram associadas a pouca/nenhuma sobrecarga (OR=6,52), ausência de doença referida (OR=27,06) e estar na condição de solteiro (OR=8,47). No domínio psicológico, as chances para melhor qualidade de vida associaram-se com pouca/nenhuma sobrecarga (OR=5,61), presença de apoio de interação social (OR=3,21), ausência de doença relatada (OR=7,47) e estar na condição de solteiro (OR=6,0). No domínio de relações sociais, as chances de melhor qualidade de vida foram aumentadas quando o cuidador apresentou apoio de informação (OR=3,73) e recebeu orientação para o cuidado (OR=4,54). No domínio meio ambiente, as chances de melhor qualidade de vida associaram-se ao fato do cuidador pertencer à classe social A/B (OR=53,6), apresentar uma rede social de quatro ou mais parentes (OR=3,07), não apresentar doença diagnosticada (OR=4,51) e encontrar-se na condição de solteiro (OR=8,28). Diante dos dados encontrados, faz-se necessário pensar e refletir sobre a temática que levanta a necessidade da implantação de programas que incluam a saúde do cuidador, contribuindo, desta forma, para melhorar a sua qualidade de vida e, consequentemente, prover um cuidado adequado ao idoso dependente.

ASSUNTO(S)

apoio social caregivers cuidadores efeitos psicossociais da doença psychosocial effects of illness qualidade de vida quality of life rede social social network social support

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