Razões de torque dos músculos do tornozelo de indivíduos espásticos decorrentes de acidente vascular cerebral isquêmico
AUTOR(ES)
Rodolfo Alex Teles
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/03/2012
RESUMO
Introdução: a espasticidade é uma condição incapacitante decorrente de lesões do sistema nervoso central como o acidente vascular cerebral (AVC), podendo estar associada com a hipertonia e diminuição da força nos músculos. Tal condição pode gerar desequilíbrios entre as musculaturas da articulação do tornozelo, podendo estes serem avaliados pelas razões de torque. Objetivos: avaliar a funcionalidade e comparar as razões de torque (RT) dos flexores dorsais e plantares (FD/FP) entre indivíduos com hemiparesia espástica decorrente de AVC isquêmico e indivíduos controle. Métodos: participaram do estudo 9 indivíduos com hemiparesia espástica (59,7 13,74 anos) e 12 indivíduos controles (59,0 13,64 anos). As escalas funcionais utilizadas foram: escala modificada de Ashworth, índice de Barthel, escala de Berg e o teste Timed Up Go. Um dinamômetro isocinético foi utilizado para a obtenção do torque máximo em uma velocidade angular de 60/s. Para a obtenção das razões, o torque máximo dos FD foi dividido pelo torque máximo dos FP. Foi utilizado o Teste U de Mann Withney para comparação intra e entre grupos e Teste T independente para comparação das medidas antropométricas entre os grupos (p ≤0,05). Resultados: na comparação intra-indivíduos, houve uma diferença significativa entre as médias das RT no grupo AVC (lado afetado 0,810,25 e não afetado 0,430,41) (p=0,01). Para a comparação inter-grupos, o lado afetado 0,810,25 do grupo AVC foi significativamente diferente do lado dominante 0,300,10 dos indivíduos controle (p≤0,01). Não houve diferença significativa entre o lado não afetado do grupo AVC 0,430,41 e o lado dominante do grupo controle 0,30 0,10 (P=0,56). Não houve alterações da funcionalidade dos indivíduos do grupo AVC. Discussão: estes resultados indicam que tanto a perna acometida como a contralateral do grupo AVC apresentam desequilíbrios musculares podendo ser explicado pelo menor torque produzido pelos FP, ocasionando uma RT aumentada. O grupo controle também apresentou RT alterada, possivelmente por serem sedentários. Quanto à funcionalidade, o grupo AVC apresentou resultados de normalidade, sugerindo que o tempo de lesão e o grau de espasticidade podem influenciar nestas variáveis. Conclusão: os desequilíbrios musculares estão presentes em ambos os membros inferiores no grupo AVC, porém as RT são mais alteradas no hemicorpo espástico.
ASSUNTO(S)
mÚsculos medicina medicina acidente cerebrovascular isquemia cerebral paresia
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4154Documentos Relacionados
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