Quando a neurose obsessiva faz uma parceira tóxica com a mania

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Transmitir uma experiência que se deu a partir da vivência com pacientes que se declaravam portadores de um sofrimento em conseqüência da relação de dependência estabelecida com alguma substância que, devido a esta forma de relação, adquire o estatuto de tóxica, é o objetivo deste trabalho. Esta forma de relação tem se tornado cada vez mais comum em nosso cotidiano, daí a importância de pesquisar o que é cotidiano na vida desses sujeitos que configura esta forma de relação, já que a Psicanálise se propõe a investigar a psicopatologia da vida cotidiana. O método para esta investigação esteve apoiado numa das premissas básicas da Psicopatologia Fundamental que propõe ao pesquisador adotar uma posição tal que se incline diante de alguém para ouvi- lo naquilo que tem a dizer de único a respeito de seu pathos, de seu sofrimento, de suas paixões; o que traz a possibilidade de pensar o novo. Para pensar o novo, as teorias psicanalíticas que contemplam as orientações freudianas e lacanianas foram norteadoras. A idéia inicial era que a dependência já fazia parte da forma de relação do sujeito, muito anterior à entrada em cena de qualquer substância. A partir da construção do caso clínico, de um percurso pela neurose obsessiva, pela mania e pela constituição e atuação do superego, foi possível concluir que esta relação, de fato, está pré-determinada como um imperativo superegóico, e que trabalhar com o paciente para a re-significação da culpa que está contida na constituição de todo sujeito, é uma possível direção de tratamento, mas que, estejamos advertidos, nem sempre isso é possível

ASSUNTO(S)

psicose maniaco-depressiva transtorno obsessivo-compulsivo toxicomanias psicologia dependencia quimica

Documentos Relacionados