Qualidade de vida de mães de recém-nascidos pré-termos de muito baixo peso

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/12/2011

RESUMO

O nascimento prematuro é um problema de saúde pública mundial por apresentar uma taxa global crescente, elevado índice de morbimortalidade e alta probabilidade de seqüelas nos recém-nascidos, além de gerar sobrecarga para a família e a sociedade. As mães de recém-nascidos pré-termos (RNPT) podem desenvolver estresse psicológico, ansiedade e depressão, além de possível prejuízo na qualidade de vida (QV). Este estudo tem como objetivo comparar a QV de mães de recém-nascidos pré-termos de muito baixo peso com mães de recém-nascidos a termos saudáveis e avaliar o impacto da presença de sintomas de depressão materna e comorbidades crônicas desses recém-nascidos na QV destas mães. Este é um estudo transversal realizado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), de novembro de 2009 a novembro de 2010, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFU. Participaram do grupo de estudo 152 mães de recém-nascidos pré-termos com idade gestacional <34sem e peso ao nascer <1,500g. O grupo controle foi constituído por 152 mães de recém-nascidos a termo (RNT) saudáveis com peso >2,500g. O WHOQOL-bref e o Inventário de Depressão de Beck (IDB) foram respondidos em quatro momentos após o parto: na alta, 3 meses, 6 meses e 12 meses. Os escores dos instrumentos e as variáveis clínicas e demográficas foram comparados entre os dois grupos e ao longo do tempo (ANOVA, Testes de Tukey, qui quadrado, Kruskal Wallis e correlação de Spearman). As características demográficas foram semelhantes entre os dois grupos (p>0,05), exceto por pré-natal inadequado, parto cirúrgico e presença de doenças maternas que predominaram no grupo de mães de pré-termos. No momento da alta hospitalar, os escores do WHOQOL-bref de mães de pré-termos de muito baixo peso foram menores (p<0,05) que os do grupo controle, principalmente nos domínios físico (61,88 versus 69,63) e psicológico (66,44 versus 73,31). Seis meses após o parto, a média dos escores das mães de pré-termos foram maiores que as médias dos escores de mães de termos nos domínios físico (71,81 versus 62,94) e psicológico (71,75 versus 64,31), porém foi menor no escore total do WHOQOL-bref (61,47 versus 74,53). Mães de pré-termos referiram pior percepção de saúde do que mães de termo (p<0,05) no momento da alta hospitalar e três meses após o parto. Maiores escores do IDB foram observados no grupo de estudo especialmente no momento da alta hospitalar (p<0,05). Não ocorreu diferença significativa entre os grupos nos demais domínios do WHOQOL-bref ou nos demais períodos estudados. No momento da alta hospitalar e três meses após, a hemorragia peri-intraventricular e hidrocefalia correlacionaram-se negativamente com os domínios físico e psicológico e com o domínio físico e meio ambiente, respectivamente. Conclui-se que mães de recém-nascidos pré-termos de muito baixo peso ao nascer apresentam prejuízo na QV quando comparadas às mães de recém-nascidos a termo saudáveis no momento da alta hospitalar e com seis meses de pós-parto, principalmente nos domínios físico e psicológico. Esse grupo também tende a apresentar maior intensidade de sintomas depressivos no momento da alta hospitalar. Mães de pré-termos com hemorragia peri-intraventricular ou hidrocefalia são particularmente vulneráveis ao impacto negativo na QV no momento da alta e três meses após, respectivamente.

ASSUNTO(S)

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