Prevalencia de prescrição de medicamentos para pacientes internados em um hospital escola : idosos versus não idosos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

Realizou-se um estudo transversal em um hospital escola de 400 leitos com a finalidade de comparar a prevalência de prescrição de medicamentos para pacientes idosos e não idosos. As folhas de prescrição de todos os 273 pacientes adultos que se encontravam internados no hospital no dia 29 de junho de 1995 foram examinadas. Os medicamentos prescritos foram codificados conforme o sistema A TC e registrados em um formulário próprio, juntamente com os dados demográficos e diagnósticos de alta, codificados pela CID- 9a.revisão. Dos 273 pacientes, 46,5% possuíam 14 a 44 anos (grupo etário jovem); 33% possuíam 45 a 64 anos (grupo etário intermediário) e 20,5% tinham 65 anos ou mais (grupo dos pacientes idosos). As neoplasias e as doenças cardiovasculares foram significativamente me nos freqüentes entre os pacientes mais jovens. A média do número de medicamentos por paciente foi 5 para todos os grupos etários. As cinco classes terapêuticas mais prescritas foram N, A, C, J e B. As prevalências de prescrição para as classes B e C foram significativamente maiores para o grupo dos idosos. Os fármacos mais prescritos para os três grupos etários foram respectivamente: dipirona 54%; 49%, 36%;" ranitidina 43%, 49%, 43%; dipirona, combinação dose-fixa 31 %, 33%, 32%; metoclopramida 39%, 27%, 25%; cefazolina 22%, 15,6%, 21,4%. As doses médias prescritas foram comparadas entre os três grupos etários. Para a maioria dos fármacos prescritos nenhum ajuste de dose para pacientes idosos foi observado. Em idosos, a alta prevalência de dipirona, combinação dose-fixa é questionável, assim como a dose média de metoclopramida. Foram examinados os prontuários dos pacientes idosos internados no dia do estudo, a fim de avaliar principalmente, os perfis renal e hepático dos pacientes, através dos registros de exames laboratoriais. Os pesos dos pacientes idosos, quando encontrados nos prontuários também foram anotados. Dos pacientes, cujos pesos foram registrados, 9% apresentavam menos que 55 Kg. Trinta e seis por cento dos pacientes idosos possuíam clearance renal estimado menor que 40mllmin e 62,5% apresentavam uma concentração de albumina plasmática reduzida( <3,4g/dl). Mesmo assim, não foi observada uma redução significativa da maioria dos fármacos. Aproximadamente 40% dos pacientes com registro de glicemia, apresentavam mais que 140mg/dl. Esta informação aliada à prevalência de prescrição de insulina observada, mostrou que diabetes ocorreu com freqüência em idosos, embora não tenha sido encontrado nenhum diagnóstico de diabetes neste grupo etário, sugerindo que as comorbidades não são relatadas. Uma amostra aleatória de residentes do hospital foi entrevistada, usando um questionário contendo 20 questões fechadas sobre "Farmacologia no idoso". Pode ser observado que tanto o ano de residência, como a procedência da escola médica não influenciaram no nível do conhecimento desta disciplina, porém ao ser comparada a porcentagem de acerto de no mínimo 75% entre os residentes clínicos e cirúrgicos, os clínicos obtiveram resultados significativamente melhores que os cirúrgicos. De um modo geral, os residentes do hospital apresentaram bom conhecimento nas questões abordadas, o que nem sempre se refletiu na prática observada

ASSUNTO(S)

gerontologia farmacologia medicamentos doentes hospitalizados

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