Prevalence of perinatal asphyxia and hypoxic-ischemic encephalopathy in term newborns considering two diagnostic criteria and the type of obstetric assistance / Prevalência de asfixia perinatal e encefalopatia hipóxico-isquêmica em recém-nascidos de termo considerando dois critérios diagnósticos e o tipo de assistência obstétrica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

INTRODUÇÃO: A asfixia perinatal é uma das principais causa de óbito nos recémnascidos (RN) de termo acima de 2500g no Brasil, sendo também a causa mais importante de encefalopatia e lesão cerebral permanente em crianças. Não existindo ainda um consenso acerca de qual seria o melhor critério para seu diagnóstico. OBJETIVOS: Verificar a prevalência de asfixia e de encefalopatia hipóxico-isquêmica segundo dois critérios diagnósticos, avaliar influência do tipo de parto e a evolução neurológica. MÉTODO: Corte transversal prospectivo, onde foram incluídos 30 recém-nascidos que apresentaram asfixia segundo dois critérios diagnósticos: critério 1 foi preconizado pela AAP/ACOG de 1996 (pH de cordão 7,0, disfunção múltipla de órgãos, manifestações neurológicas na primeira semana de vida além do Apgar entre 0-3 no quinto minuto); o critério 2 foi de Buonocore em 2002, modificado (pH de cordão 7,2, Apgar de 4-6 no quinto minuto e necessidade de fração de oxigênio inspirada 0,40 manter saturação de 86%); num período de dois anos (2004/2006) sendo excluídos aqueles que pudessem apresentar encefalopatia por outras causas como malformações, infecções congênitas, erro inato do metabolismo. Para realizar o diagnóstico foram colhida gasometria de cordão dos recémnascidos a termo que apresentaram Apgar de quinto minuto 6 e feitas provas de função cardíaca, hepática, renal e controle hematológico além da avaliação neurológica pelos critérios clínicos de Sarnat e Sarnat de 1976, para verificar o grau de encefalopatia. RESULTADOS: Durante este período a prevalência observada de asfixia foi de 3,2 por 1000 nascimentos a termo (IC a 95% - [2,1 por mil; 4,5 por mil]) e de encefalopatia de 1,7 por 1000 nascimentos a termo (IC a 95% - [0,8 por mil; 2,5 por mil]). A taxa de mortalidade foi de 16,7% e 36,7% evoluíram com encefalopatia grave. Não houve correlação estatística da asfixia e nem da encefalopatia quanto às características maternas, exceto uma tendência maior nas nulíparas e primíparas com parto normal. Quanto à indicação do parto 46,7% apresentava trabalho de parto sem intercorrências, mas pelo critério 1 houve maior número com sofrimento fetal relacionado à maior gravidade da asfixia. O sexo mais freqüente foi o masculino e em ambos os grupos apresentaram acidose metabólica e respiratória e alterações enzimáticas principalmente cardíacas e hepáticas e, função renal com aumento da creatinina. Foi observado que para Sarnat estágios 1 e 2, leve e moderada, houve uma maior proporção de recém-nascidos no critério 2 enquanto que para o Sarnat estágio 3, grave, a maior proporção foi com o critério 1 Resumo (p = 0,016). Enquanto o Apgar de primeiro minuto não mostrou correlação com a gravidade da encefalopatia, 85% dos recém-nascidos com encefalopatia leve/moderada tiveram Apgar de quinto minuto entre 4-6 e a maioria com quadro grave o Apgar foi entre 0-3 (p = 0,018). Houve uma tendência de acordo com o aumento da gravidade da encefalopatia a uma redução do dióxido de carbono sanguíneo, bicarbonato e aumento negativo do excesso de base além do aumento de enzima cardíaca (creatina fosfoquinase), mas não foi estatisticamente significante. CONCLUSÃO: Não houve correlação estatística entre asfixia e a gravidade da encefalopatia com fatores maternos. Todos os recém-nascidos apresentaram acidose respiratória e metabólica e entre as alterações enzimáticas cardíacas foram as mais importante. Em relação ao índice de Apgar, a nota de quinto minuto mostrou melhor correlação com a gravidade evolutiva dos pacientes. Com o critério 1 (Academia Americana de Pediatria) houve melhor correlação com a mortalidade, no entanto por ser muito rigoroso acaba por excluir recém-nascidos que evoluem com quadros de encefalopatia grave

ASSUNTO(S)

hipóxica-isquêmica encefálica neonatal asphyxia hypoxic-ischemic brain asfixia neonatal newborn recém-nascido Índice de apgar index of apgar

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