Potencial influência do capital social na saúde bucal: um estudo das perdas dentárias em adultos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/12/2011

RESUMO

O capital social tem sido investigado no campo da Saúde Pública como um fator determinante no processo saúde-doença. Entretanto, poucos são os estudos que abordaram a questão do capital social e a saúde bucal até a presente data. Objetivos: (i) testar a possível associação entre o capital social estrutural, cognitivo e as perdas dentárias e (ii) descrever o perfil das perdas dentárias segundo a influência do capital social, características demográficas e socioeconômicas em adultos de 35-44 anos residentes em municípios do entorno de Belo Horizonte (zona urbana), Minas Gerais, Brasil. Métodos: este estudo transversal exploratório analisou dados referentes a 1.013 adultos residentes em oito municípios do entorno de Belo Horizonte. O capital social foi medido por meio de oito indicadores: participação em grupos, número de amigos próximos, lazer com outras pessoas, participação em atividades comunitárias, ajuda percebida, intenção de voluntariar em projetos comunitários, doação de dinheiro para projetos comunitários e sentimento de segurança quando sozinho em casa. As perdas dentárias foram dicotomizadas pela mediana (04;>04 dentes perdidos). Os fatores de confusão investigados foram características demográficas (gênero, idade, cor da pele), socioeconômicas (escolaridade, renda per capita e estado civil), sanitárias (tipo de abastecimento de água, tipo de esgoto e coleta de lixo) e utilização dos serviços de saúde (ida ao dentista freqüente, tipo de serviço mais utilizado, ida ao dentista nos últimos 12 meses). As análises estatísticas foram a Regressão de Poisson, Análise de segmentação e árvore de decisão por meio do Algoritmo Chi-Squared Automatic Interaction Detector. Resultados: a prevalência da perda dentária (>04 dentes) foi de 42,5% (n=431). A Razão de Prevalência foi maior para perda dentária em adultos inseguros quando sozinhos em casa (RP=1.12; IC95% 1.05-1.19) e menor entre quem não fazia parte de nenhum grupo (RP=0.90; IC95% 0.82-0.96) e aqueles que se mantiveram neutros quando perguntados se afirmariam que a maioria das pessoas do bairro estava disposta ajudá-los (RP=0.92; IC95% 0.86-0.98). O baixo capital social (p<0,001), a faixa etária mais alta (p<0,001), a baixa escolaridade (p=0,022) e a baixa renda familiar per capita (p=0,037) explicaram o perfil das perdas dentárias em adultos da população estudada. Conclusões: a direção de associação entre as perdas dentárias e o capital social foi diferente para cada dimensão estudada (estrutural e cognitiva). O capital social, fatores demográficos e socioeconômicos são bons parâmetros para explicar o perfil das perdas dentárias em adultos de 35-44 anos residentes no entorno da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.

ASSUNTO(S)

saúde bucal - aspectos econômicos - teses odontologia - aspectos sociais - teses qualidade de vida - teses saúde bucal/economia decs financiamento em saúde decs Índice cpo decs perda de dente/economia decs

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