Perfil de quimiocinas na urina e no soro de pacientes com a glomerulopatia da esquistossomose mansônica hepatoesplênica

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/12/2011

RESUMO

Introdução: A glomerulopatia esquistossomótica tem sido descrita em cerca de 15% dos pacientes com esquistossomose mansônica hepatoesplênica. O surgimento de edemas, hipertensão arterial sistêmica e/ou proteinúria denunciam a presença da doença renal. Não há estudos sobre o perfil de quimiocinas no soro e urina destes pacientes. Objetivo: No presente estudo investigamos os valores de quimiocinas no soro e urina de pacientes com esquistossomose hepatoesplênica com e sem lesão renal com o objetivo de identificar um padrão sugestivo da lesão renal esquistossomótica. Metodologia: Este é um estudo transversal observacional e comparativo realizado entre outubro de 2008 e julho de 2010 no ambulatório de doenças infecciosas da Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte, Brasil. Cento e sessenta indivíduos, com mediana de idade de 40 anos, foram divididos em cinco grupos: 1) sessenta e oito pacientes tinham esquistossomose hepatoesplênica sem lesão renal; 2) doze tinham esquistossomose hepatoesplênica com lesão renal; 3) vinte e sete tinham esquistossomose hepatointestinal; 4) vinte e dois tinham glomerulopatia de etiologias variadas; e 5) trinta e um indivíduos eram aparentemente saudáveis. Todos se submeteram a anamnese e exame clínico. Os participantes do estudo com albuminúria >30mg em 24 horas foram considerados como tendo doença renal. Em oito pacientes do segundo grupo confirmou-se o diagnóstico da glomerulopatia pela biópsia renal. O diagnóstico da esquistossomose hepatoesplênica baseou-se em dados epidemiológicos, clínicos, parasitológicos, e no ultrassom abdominal. O soro e uma amostra da urina de 24 horas dos participantes foram armazenados a -80C. Dosaram-se as quimiocinas MCP-1/CCL2, MIP-1/CCL3, IL-8/CXCL8, eotaxina/CCL11 e RANTES/CCL5 em amostras do soro e urina de todos os participantes utilizando-se o método de ELISA e Kits comerciais. As informações obtidas foram transferidas para o banco de dados EpiData 3.1 e analisados no programa SPSS. Resultados: Os pacientes com esquistossomose hepatoesplênica e lesão renal apresentaram o seguinte perfil de quimiocinas: MIP-1/CCL3 na urina >14,34pg/ml, MIP-1/CCL3 no soro >61,93pg/ml, IL-8/CXLC8 sérica <1030,40pg/ml, eotaxina urinária/CCL11 >26,73pg/ml e MCP-1/CCL2 sérica >634,25pg/ml. Perfil semelhante foi encontrado nos pacientes com glomerulopatia de outras etiologias, mas a MCP-1/CCL2 sérica era 634,25pg/ml em todos os pacientes. Os pacientes com esquistossomose hepatoesplênica sem lesão renal apresentaram o seguinte perfil: MIP-1/CCL3 na urina <14,34pg/ml; MCP-1/CCL2 sérica <490,10pg/ml e RANTES <11.509,84pg/ml. Os participantes dos outros grupos apresentavam perfil diferente dos apresentados acima. Conclusão: O encontro de MCP-1/CCL2 sérica >634,25pg/ml sugere a esquistossomose como causadora da lesão renal.

ASSUNTO(S)

tese da faculdade de medicina da ufmg dissertações acadêmicas decs esquistossomose mansoni decs glomerulonefrite decs quimiocinas decs proteinuria decs lesão renal aguda  decs medicina tropical

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