Perfil de mulheres admitidas em uma UTI obstétrica por causas não obstétricas
AUTOR(ES)
Coêlho, Marta de Andrade Lima, Katz, Leila, Coutinho, Isabela, Hofmann, Aline, Miranda, Larissa, Amorim, Melania
FONTE
Revista da Associação Médica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-04
RESUMO
OBJETIVO: Caracterizar pacientes admitidas durante o ciclo gravídico-puerperal por causas não obstétricas na unidade de terapia intensiva (UTI) obstétrica de um Hospital Terciário no Nordeste do Brasil. MÉTODOS: Realizou-se um estudo descritivo, analisando as participantes de um estudo de coorte ambidirecional entre janeiro de 2005 e outubro de 2010. Foram incluídas 500 pacientes admitidas durante o ciclo gravídico-puerperal por causas não obstétricas em uma UTI Obstétrica no Nordeste do Brasil, excluindo-se os casos de doença trofoblástica gestacional (DTG), prenhez ectópica, óbito ou internamento na UTI com tempo inferior a 24 horas e falta de condições de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram analisadas as variáveis biológicas, sociodemográficas, obstétricas e clínicas. A análise estatística foi realizada no programa Epi-Info 3.5.3. RESULTADOS: Entre 5.078 internamentos obstétricos no setor, 500 pacientes (9,8%) foram por causas não obstétricas. A média de idade foi 25,9 anos, houve predominância de mulheres pardas (68,9%), e o IMC médio foi de 27,5. Em 79,9% dos casos, as mulheres tinham companheiro, e escolaridade acima de oito anos de estudo foi constatada em 49,2%. Os principais diagnósticos clínicos observados no momento do internamento na UTI foram cardiopatia, trombose venosa profunda (TVP), infecção do trato urinário (ITU), asma, edema agudo de pulmão (EAP) e pneumonia comunitária. Acesso central foi usado em 10,2% das pacientes, 11% foram submetidas à ventilação mecânica e 20,4%, à transfusão, tendo o óbito ocorrido em 4,0%. CONCLUSÃO: Mulheres admitidas na UTI obstétrica por causas não obstétricas representam parcela significativa das pacientes do setor. São mulheres jovens; e os principais diagnósticos de admissão foram doenças cardiovasculares, respiratórias e infecciosas, verificando-se uma letalidade de 4,0%.
ASSUNTO(S)
estudos de coortes unidades de terapia intensiva mortalidade materna obstetrícia
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