Perfil clínico e epidemiológico de pacientes idosos com doença de Chagas atendidos entre 2005-2013 por um serviço de atenção farmacêutica no estado do Ceará, nordeste do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-04

RESUMO

Controlando-se a transmissão da doença de Chagas, surge o desafio de prestar assistência a milhões de pacientes infectados que chegam à velhice. Neste estudo, foram avaliados os registros socioeconômicos, demográficos e de comorbidades de todos os pacientes chagásicos idosos acompanhados no Serviço de Atenção Farmacêutica do Laboratório de Pesquisa em Doença de Chagas. As informações relacionadas à forma clínica da doença foram obtidas a partir de registros médicos disponibilizados pelo Hospital Universitário Walter Cantídio. O perfil da população estudada foi de: mulheres (50,5%); idade média de 67 anos; aposentados (54,6%); casados (51,6%); alta taxa de analfabetismo (40,2%); e renda familiar de um salário mínimo (51,5%). As formas clínicas predominantes da doença de Chagas foram a cardíaca (65,3%) e a indeterminada (14,7%). As principais alterações eletrocardiográficas foram o bloqueio de ramo direito (41,0%), associado ou não ao bloqueio ântero superior esquerdo (27,4%). O número médio de comorbidades por paciente foi de 2,23 ± 1,54, sendo a hipertensão arterial sistêmica a principal encontrada (67,0%). Verificou-se que os idosos constituem grupo vulnerável de pacientes que associam o envelhecimento com as alterações cardíacas e/ou digestivas resultantes da evolução da doença de Chagas e outras comorbidades, o que exige atenção especial dos serviços de saúde para um atendimento médico e social mais adequado.

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