Papel do sistema histaminérgico na memória emocional de camundongos expostos e reexpostos ao labirinto em cruz elevado

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O objetivo desse estudo foi verificar a influência de substâncias histaminérgicas sobre a ansiedade e a memória emocional de camundongos expostos e reexpostos ao Labirinto em Cruz Elevado (LCE). Para isso, foram realizados dois experimentos. O experimento 1 avaliou os efeitos da L-histidina sobre a ansiedade e a memória emocional e a influência do antagonista H1 (Clorfeniramina) para esses efeitos. O experimento 2 avaliou o efeito do tratamento crônico com Clorfeniramina (CPA) sobre a ansiedade e a memória emocional. Os experimentos foram realizados com camundongos da cepa Suíço-albino (25-35g), utilizando o modelo do LCE em dois dias consecutivos, exposição (T1) e reexposição (T2). No experimento 1, os animais receberam injeção combinada, intraperitonealmente (i.p.), pré-teste em T1 de: SAL/SAL (salina+salina), LH/SAL (L-histidina 500mg/kg+salina) e LH/CPA (Lhistidina+ Clorfeniramina 16mg/kg). A injeção combinada consistiu na aplicação da primeira injeção, após 30 minutos uma segunda injeção, e depois de 10 minutos exposição ao LCE. Cada animal foi posicionado no centro do labirinto com a face voltada para o braço aberto e teve cinco minutos para exploração. Depois de 24 horas (T2), os animais receberam o mesmo tratamento farmacológico do dia anterior e foram reexpostos ao LCE, seguindo os procedimentos descritos. No experimento 2, o procedimento consistiu na aplicação de injeções crônicas de SAL ou CPA, i.p., por 15 dias. Após esse período, no primeiro dia de teste (T1), os animais receberam injeção i.p. de SAL ou CPA e 40 minutos depois foram expostos ao LCE por 5 minutos. Em T2, os animais receberam o mesmo tratamento farmacológico do dia anterior e foram reexpostos ao LCE. Para cada dose de CPA (8mg/kg e 16mg/kg) foi realizado um grupo controle. Nos dois experimentos, os testes foram gravados para a análise das medidas etológicas e espaço-temporais [número de entradas nos braços abertos (EBA), fechados (EBF) e número total de entradas (TE); tempo gasto nos braços abertos (TBA), fechados (TBF) e no centro (TC), e suas respectivas porcentagens]. A ansiedade foi avaliada pela atividade nos braços abertos (BA) em T1 (EBA, %EBA, TBA e %TBA), a diminuição da exploração dos braços abertos na reexposição foi considerada indicativo de aprendizagem e memória, e as EBF avaliaram a atividade locomotora. Para análise dos dados foi utilizada a ANOVA (Two-way) seguida pelo teste de comparações múltiplas Student-Newman-Keuls (SNK) (p<0,05). Os resultados do experimento 1 mostraram que nas variáveis referentes à exploração dos braços abertos (EBA, %EBA, TBA e %TBA) não houve diferença significativa entre os grupos em T1. O grupo controle SAL/SAL e o grupo LH/CPA apresentaram redução significativa dessas medidas em T2, o que não foi observado no grupo tratado com LH/SAL. Não houve alteração significativa na atividade locomotora em nenhum dos grupos. Os resultados do experimento 2 mostraram que não houve diferença significativa entre os grupos nas variáveis relativas à ansiedade, e que não houve alteração significativa na atividade locomotora. Somente o grupo tratado exclusivamente com CPA (16mg/kg) apresentou redução significativa nas medidas EBA, %EBA, TBA e %TBA entre os dias de teste (SNK<0,05). Os resultados do experimento 1 indicaram que a LH provocou um déficit na aquisição e/ou evocação da informação aversiva dos braços abertos, e que a Clorfeniramina foi capaz de reverter esse efeito, sugerindo ação da LH via receptor H1. Os resultados do experimento 2 indicaram que o tratamento crônico de CPA não alterou os níveis de ansiedade de camundongos expostos ao LCE e que a informação aversiva dos BA obtida em T1 foi evocada apenas pelos animais tratados exclusivamente com CPA (16mg/Kg).

ASSUNTO(S)

labirinto em cruz elevado clorfeniramina aprendizagem e memória l-histidina ansiedade fisioterapia e terapia ocupacional

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