Padronização de método molecular para detecção de doença residual mínima (DRM) em crianças portadoras de leucemia linfóide aguda tratadas no Distrito Federal

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/03/2012

RESUMO

A leucemia linfóide aguda (LLA) é uma neoplasia proveniente da expansão clonal de precursores linfóides imaturos, sendo o câncer mais comum na infância. O tratamento das LLAs da infância constitui exemplo de sucesso terapêutico, e as taxas de sobrevida livre globais de 70-80% alcançadas nos últimos anos são decorrentes da melhora no diagnóstico, estabelecimento de fatores prognósticos e utilização de tratamentos ajustados ao grupo de risco de cada paciente. Entretanto, pacientes considerados em remissão podem apresentar conteúdo de células leucêmicas residuais, chamadas de Doença Residual Mínima (DRM), as quais são indetectáveis pelas técnicas convencionais de análise morfológica. Vários estudos têm demonstrado o valor prognóstico da DRM e a importância do seu monitoramento para o acompanhamento da evolução clínica dos pacientes. Neste contexto, esse projeto teve como objetivo padronizar uma técnica para detecção de DRM, utilizando tecnologias de PCR quantitativo em tempo real (qPCR) para amplificação dos rearranjos dos genes das imunoglobulinas (Ig) e receptores de células T (TCR) em crianças em tratamento quimioterápico para LLA. A metodologia adotada seguiu as recomendações do consórcio internacional BIOMED-1 que utiliza PCR com 25 pares de primers consenso direcionados para as recombinações VDJ das Ig e TCR seguida por análise de homo/heteroduplex. Foram testados 34 pacientes classificados e tratados pelo protocolo GBTLI-93. Destes, foi possível detectar rearranjos em 11 pacientes (32,4%). O rearranjo mais freqüente foi TCRG (62,5%), seguido por IgK-Kde (37,5%). Os primers foram capazes de detectar pelo menos 2 rearranjos em 27,2% dos pacientes estudados para o estabelecimento do nível de DRM. A análise de DRM de 16 rearranjos em diferentes pontos do tratamento (dias 15 e 29 da terapia de indução) foi compatível com a evolução clínica apresentada por 10 pacientes. Esse dado foi obtido pelo nível de DRM, o qual sofreu diminuição considerável do dia 15 para o dia 29, o que explica totalmente o fato da ausência de recaída nos 10 pacientes. A metodologia aplicada para análise de DRM foi considerada eficiente e reprodutível, apesar de complexa, demandar tempo e apresentar custo elevado. Contudo, é importante ressaltar que a detecção da DRM é necessária para determinar individualmente a resposta antes e após o tratamento com maior precisão.

ASSUNTO(S)

leucemia-linfoma linfoblástico de células precursoras imunoglobulinas receptores de células genetica acute lymphoblastic leukemia minimal residual disease immunoglobulins t cell receptors qpcr

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