Oficinas de Criatividade: atendimento à população de rua

AUTOR(ES)
FONTE

Fractal, Rev. Psicol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/09/2019

RESUMO

Resumo O presente trabalho é um relato de experiência do estágio curricular de Oficina de Criatividade, realizado com população de rua. Esta modalidade de intervenção visa atender populações que normalmente estão à margem dos serviços tradicionais de psicologia. Utiliza técnicas expressivas como meio de acesso às experiências humanas e sua finalidade é favorecer a transformação das relações e ampliar o horizonte existencial de cada integrante. A perspectiva teórica adotada a respeito do trabalho com população de rua pressupõe o distanciamento da patologização dos comportamentos desviantes e moralmente estabelecidos e prioriza a valorização, a aproximação e o reconhecimento dos diferentes modos de ser e estar no mundo. A experiência aqui descrita atendeu a este propósito na medida em que os participantes puderam refletir e compartilhar seus saberes, histórias e cultura, sentindo-se valorizados para reconhecer ou construir e comunicar seu posicionamento crítico a respeito de certa institucionalização concreta e cultural dos serviços socioassistenciais e psicológicos direcionados a este público. Desde modo, entendemos que a Oficina de Criatividade favoreceu mútuas afetações entre pesquisador, pesquisado e instituição, num exercício de ressignificação sobre o fazer psicológico e seu potencial transformador.Abstract This work is a traineeship experience report of Creativity Workshop, conducted with homeless people. This type of intervention needs to serve populations that are frequently beyond the traditional psychology services. Uses expressive techniques as a means to human experience and its purpose is to promote the transformation of relationships and expand the existential horizon of each participant. The theoretical perspective adopted about work with homeless people sought to distance from the pathologizing of different behavior and morally established and prioritize the valuation, approximation and recognition of different ways of being in the world. The experience described here has served this purpose insofar as the participants were able to reflect and share their knowledge, histories and culture, feeling appreciated recognizing or constructing and communicating their critical position regarding a certain concrete and cultural institutionalization of social welfare and psychological services directed to this public. Thus, we understand that the Creativity Workshop favored common affectations between researcher, researched and institution, in an exercise of ressignification about the psychological doing and its transforming potential.

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