Obtenção e caracterização de um concentrado de tocoferois (vitamina E) a partir do destilado da desodorização do oleo de soja

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1988

RESUMO

A presente pesquisa relata a composição química, características físicas e possibilidades de purificação dos tocoferóis (vi¬tamina E) contidos no destilado da desodorização de óleo de soja (DDOS), resíduo líquido obtido no processo de refino. As análises pormenorizadas revelaram que o DDOS contém em torno de 60% de ácidos graxos totais dos quais 36,46% existem na forma livre. Nesta fração o ácido palmítico é o componente princi pai, enquanto que na fração esterifiçada o ácido mais abundante é o linoléico. Quantitativamente importante também, são os esteróis que perfazem 17,05% do DDOS. A fração de esteróis é composta por 54,70% de β-sitosterol, 20,85% de estigmasterol e 24,45% de campesterol. Os tocoferóis perfazem 8,50% do DDOS sendo formadas por 13,4% de α-tocoferol, 53,3% de γ-tocoferol, 30,8% de S -tocoferol e 2,5% de δ-tocoferol. Outras substâncias determinadas foram os hidrocarbonetos to tais que perfazem 4,4% do DDOS. Os tocoferóis são os compostos de maior interesse comerci¬al, portanto, os ensaios de purificação se destinarem inicialmen¬te à eliminação de ácidos graxos. Foram pesquisadas as seguintes alternativas: a) Agitação direta do DDOS com metanol, etanol e acetona, adicionadas com água em porcentagens variáveis, à fim de forçar a separação das fases. O grau de hidratação dos solventes e a relação DDOS/solvente foram as variáveis dos sistemas, enquanto que a determinação do rendimento e do aumento de concentração dos tocoferóis foram os critérios de seleção e eficácia das extrações. De um modo geral as extrações foram pouco seleti¬vas, sendo menos eficiente o sistema de metanol 85% usa¬do na relação 0,08 (DDOS/solvente) , com o qual a concen¬tração de tocoferóis aumentou de 8,5% para 10,56%. b) A segunda alternativa foi a inclusão de hexano nos sistemas aquosos de metanol, etanol e acetona a fim de produ¬zir uma divisão entre fases polares e não polares. Os ensaios não apresentaram aumento de seletividade em relação aos sistemas sem hexano, pelo contrario com os ál¬coois mais diluídos a seletividade diminui. c) A terceira alternativa consistiu na adição de pequenas quantidades de álcali nos sistemas mencionados em (b). A inclusão de 1% de KOH na fase hidrofílica melhorou nota¬velmente a seletividade dos sistemas alcoólicos causando um aumento dos tocoferóis acima de 70% na fase hexana. A eficiência e seletividade máxima foram obtidas com eta¬nol 50% na relação 0,13 (DDOS/solvente). A partição com etanol alcalino extraiu cerca de 97% dos ácidos graxos livres iniciais, causando um acréscimo de 84,4% na concentração de tocoferóis. Também fo¬ram eliminados ácidos graxos esterificados, provavelmen¬te na forma de mono e diglicerídios. Houve perdas míni¬mas de tocoferóis na camada alcalina. De modo que, veri¬ficou-se uma concentração de alta eficiência. d) Outra alternativa para redução das impurezas consistiu na saponificação total do DDOS e recuperação dos tocofe¬róis na fração insaponificável. 0 processo demonstrou ser pouco operativo, requerer muito solvente e causa oxidação dos tocoferóis. Finalmente cabe ressaltar que a partição líquido-líquido do DDOS entre hexano e etanol alcalino, é uma operação rápida e simples, realizada à temperatura am¬biente e portanto pouco deteriorante dos tocoferols e cumpre com os objetivos de pré-purificar a matéria prima original removendo quase por completo os ácidos graxos do DDOS.

ASSUNTO(S)

destilação vitamina e oleos de soja

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