O trabalho associado em Karl Marx : contribuição ao debate acerca do cooperativismo e da transição

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta dissertação consiste numa pesquisa sobre o cooperativismo, tendo como referencial teórico um autor específico, Karl Marx. Tem como objetivo principal contribuir, do ponto de vista teórico-interpretativo, para a compreensão da importância que podem assumir as experiências cooperativistas para os trabalhadores em termos de luta de classes. A emergência de várias iniciativas autogestionárias, sobretudo a partir de 1990, reacende o debate sobre as alternativas ao capitalismo. Num contexto adverso para os trabalhadores, marcado pelo fim da experiência social-democrata e stalinista-soviética na Europa, ressurgem formulações inspiradas nos precursores do cooperativismo da primeira metade do século XIX, em geral, negligenciando a crítica de Marx. Reconhece a importância das experiências autogestionárias para a manutenção de uma significativa parcela da população e do debate no campo teórico sobre suas possibilidades e limites. As referências às cooperativas operárias em Marx, não obstante a ausência de um tratamento sistemático, insere-se na sua perspectiva mais ampla sobre a transição do modo de produção capitalista ao modo de produção associado ou comunista. Na busca par compreender a relação dos trabalhadores com o cooperativismo, na perspectiva de Marx, revisa sua crítica aos socialistas utópicos e a Proudhon, ao mesmo tempo em que explora a relação das fábricas cooperativas com a luta de classes e com as contradições do modo de produção capitalista. O estudo evidencia que a positividade do cooperativismo em Marx está relacionada com a classe trabalhadora em sua luta contra o capital, necessitando, porém, atuar sobre as modernas forças produtivas e, dessa forma, não mantém correspondência com as propostas utópicas e reformadoras do capitalismo. Discute o trabalho associado no interior das fábricas cooperativas, o qual, além de negar o trabalho assalariado, aponta para um novo modo de produção. Conclui que os limites das fábricas cooperativas, enquanto formas de transição dentro do sistema capitalista, relacionam-se com a luta de classes, de forma que o trabalho associado não pode abranger a totalidade das forças produtivas sem que os trabalhadores assumam o poder político.

ASSUNTO(S)

trabalhadores cooperativismo sociologia sociologia marx, karl - 1818-1883 trabalho

Documentos Relacionados