O Sujeito no discurso: Pêcheux e Lacan
AUTOR(ES)
Frederico Zeymer Feu de Castro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Essa tese trabalha o tema do sujeito no discurso em Michel Pêcheux e Jacques Lacan. Seu ponto de partida é a exposição da forma-sujeito do discurso, exposta por Pêcheux em 1975 como o resultado do assujeitamento ideológico, cuja condição material é o interdiscurso e sua reformulação intradiscursiva. À seguir, trabalha-se a retificação pêchetiana redigida em 1978, que confronta essa tese do assujeitamento com a noção psicanalítica de sujeito. Busca-se avaliar a presença ambígua e nem sempre explícita do pensamento de Lacan e da noção de sujeito do inconsciente na terceira época da Análise Automática do Discurso de Michel Pêcheux. A distinção entre a ordem da ideologia e a ordem do inconsciente gera efeitos de disjunção para a aliança teórica entre Marx, Freud e Saussurre sobre a qual Pêcheux buscava edificar, em 1975, uma teoria unificada do discurso. A tese mostra que a noção de inconsciente implica a divisão do sujeito no processo de assujeitamento, desdobrando esse processo. Tomando como modelo o Witz e a estrutura lógica da sessão analítica, demonstra-se que as formações do inconsciente atravessam uma dada formação discursiva como um acontecimento irruptivo que desestabiliza a evidência de sentido do enunciado. A noção pêchetiana de real do inconsciente é desenvolvida levando-se em conta o conceito lacaniano de inconsciente como uma hiância aberta no encadeamento discursivo, extraindo-se daí a tese de que a experiência do inconsciente implica a possibilidade pela qual o sujeito pode emergir de sua posição da assujeitamento. A partir da estrutura denominada por Lacan de discurso do mestre e de sua versão contemporânea, o discurso do capitalista, assim como da homologia entre a noção marxista de mais-valia e a noção lacaniana de mais-de-gozar, busca-se apontar para as incidências da fantasia na estruturação do laço social como elemento velado que demarca os limites da leitura sintomal praticada por Pêcheux. Dessa forma, a tese transita do tratamento formal dado ao tema do sujeito no discurso à experiência ética e paradoxal que resulta da divisão do sujeito que acompanha seu processo de interpelação e assujeitamento.
ASSUNTO(S)
linguagem teses. literatura. teses. ideologia teses. pêcheux, michel, 1938- crítica e interpretação teses. inconsciente teses. sujeito (psicologia) teses. lacan, jacques, 1901-1981 crítica e interpretação teses. análise do discurso teses. psicanálise teses. fantasia aspectos sociais teses.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/ARCO-7F2RJQDocumentos Relacionados
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