O stress em motoristas no transporte coletivo de ônibus urbano em Campo Grande
AUTOR(ES)
Marli Aparecida Bigattão
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
Estudos referentes ao stress, e em especial ao stress ocupacional, vêm crescendo significativamente nos últimos tempos; no entanto, são poucos os estudos acerca dos motoristas de transporte coletivo de ônibus urbano. Esta pesquisa pode ser caracterizada como quantitativa e de caráter descritivoanalítico que objetivou identificar o nível de stress em motoristas, reconhecer a fase e a sintomatologia predominante. Utilizou-se o modelo de Lipp, baseado na abordagem cognitivo-comportamental, que enfatiza a resposta do organismo a um estímulo mediado pela interpretação que lhe é dado. Para a coleta de dados, utilizou-se o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL-2000), e um questionário de caracterização sócio-demográfico, em uma amostra de 64 motoristas de ônibus urbano em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A análise estatística incluiu o teste de Qui-quadrado e a análise de regressão logística, para um nível de significância de p ≤ 0,05. Os resultados revelaram que, dos 64 motoristas pesquisados, 34 (53,1%) apresentaram stress significativo e 30 (46,9%) não apresentaram. Dos motoristas que apresentaram stress, 26,5% encontravam-se na fase de alerta, 52,9% na fase de resistência, 17,6% na fase de quase-exaustão e 2,9% na fase de exaustão. A maior concentração de sintomas de stress deu-se na área psicológica. Não foi possível determinar uma relação direta entre a ocorrência de stress e alguns dos dados biográficos analisados. A predominância da fase de resistência pode indicar que os fatores estressantes continuam presentes e o organismo tenta restabelecer o equilíbrio, adaptando-se. A concentração dos sintomas na área psicológica pode revelar a existência de fortes pressões psicológicas no ambiente de trabalho, bem como, a inabilidade pessoal de enfrentamento do stress. Apesar das relações entre stress e alguns dos dados biográficos não terem sido observadas, as variáveis revelaram-se como possíveis fontes de pressão no trabalho. Pode-se dizer, então, que os motoristas mostraram respostas diferentes para uma mesma situação, apresentaram uma forma pessoal de avaliar e enfrentar os acontecimentos da vida. Uma importante associação foi encontrada entre o tempo de carteira de motorista e a fase do stress. Quanto maior o tempo de carteira, mais avançada é a fase do stress. Ficou aparente neste estudo a necessidade de implantação de programas que favoreçam a prevenção e redução do stress dos motoristas de transportes coletivos de ônibus urbano.
ASSUNTO(S)
stress no trabalho. stress ocupacional psicologia stress ocupacional ; motorista de ônibus urbano; stress no trabalho (psicologia) job stress urban bus driver work stress. motorista de ônibus urbano
ACESSO AO ARTIGO
http://www.tede.ucdb.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=128Documentos Relacionados
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