O referendo do comércio de armas no Brasil : diferenças e divergências no discurso jornalístico sobre

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo desta dissertação é realizar uma abordagem discursiva da questão da polêmica no discurso jornalístico sobre o Referendo do Comércio de Armas realizado em 23 de outubro de 2005, no Brasil. A partir do quadro teórico-metodológico da Análise do Discurso de linha francesa, procuro refletir sobre a produção dos sentidos no discurso jornalístico enquanto prática social e ideológica, tendo em vista o efeito de verdade que sustenta e é sustentado pelo movimento dos sentidos nesse discurso. Assim sendo, na primeira parte, intitulada “O discurso jornalístico sobre o Referendo do Comércio de Armas na perspectiva da análise do discurso francesa”, busco relacionar as noções teórico-metodológicas mobilizadas nas análises ao quadro epistemológico da disciplina que relaciona a Lingüística, o Materialismo Histórico e a Psicanálise, através da historicidade em que são articulados língua, história e inconsciente. Nessa parte, faço apontamentos sobre a temática abordada e sobre as condições de produção do discurso. Na segunda parte, “Do quadro teórico-metodológico às análises”, apresento a metodologia utilizada nas análises das seqüências discursivas recortadas do discurso de três revistas nacionalmente conhecidas: Época, Veja e IstoÉ. Para tanto, analiso o conector condicional Se em uma perspectiva discursiva, por este elemento permitir observar as relações entre a interioridade e a exterioridade na linguagem. Diante da polêmica do discurso jornalístico sobre o Referendo, esta marca discursiva remete a um processo de contestação e permite apreender as relações de sentido entre os diferentes modos de dizer das posições-sujeito-jornalísticas (Sim e Não) no âmbito da Formação Discursiva Jornalística do Direito à Vida − FDJDV − na sustentação de determinados efeitos de sentido. O discurso em defesa do Não é aquele que defende o direito à vida através da manutenção do direito de propriedade de arma de fogo; o discurso do Sim é aquele que defende o direito à vida na proibição do porte/uso/comércio de armas de fogo. Esses discursos emergem ante o cenário social marcado pela violência urbana e pelos discursos sobre essa violência, construindo um imaginário discursivo em determinadas condições de produção. Desta forma, fica atestada a constituição contraditória e heterogênea do discurso jornalístico e fica registrado o olhar interpretativo do analista de discurso sobre a temática.

ASSUNTO(S)

lingüística textual análise do discurso discurso jornalístico

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